Na manhã desta segunda-feira (4), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou uma nova fase da operação Impedimentum, em Joinville, com foco em advogados suspeitos de atuar como elo entre facções criminosas e detentos no sistema prisional de Santa Catarina.
A ofensiva, que contou com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil, cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços estratégicos da cidade.
As investigações seguem sob sigilo judicial.
Obstrução e comunicação com presos
O novo desdobramento surgiu a partir de um episódio registrado em dezembro de 2024, durante a quinta fase da operação Sob Encomenda.
Na ocasião, uma advogada investigada tentou impedir que seu celular fosse apreendido, escondendo o aparelho com a ajuda de familiares.
Segundo o Ministério Público, ela atuava como intermediária na troca de mensagens entre presos e membros da facção que estão em liberdade, contribuindo diretamente para a manutenção das atividades criminosas.
Esquemas dentro e fora dos presídios
As investigações miram a desarticulação de esquemas criminosos envolvendo a entrada de drogas e celulares nas unidades prisionais, além da coordenação de crimes entre os detentos e comparsas do lado de fora.
A operação Sob Encomenda, iniciada em 2021, já revelou a cooptação de advogados e até servidores públicos por organizações criminosas, com o objetivo de manter a chamada “sintonia” entre os membros do crime organizado dentro e fora dos presídios.
Coordenado pelo Ministério Público de Santa Catarina, o Gaeco é composto por representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar.
Novas informações devem ser divulgadas assim que o sigilo judicial for suspenso.
A reportagem tentou contato com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas até o momento não obteve resposta.
O espaço permanece aberto para manifestações.