Motoristas são demitidos após denunciarem estado dos ônibus em Joinville

Três motoristas da Transtusa, empresa responsável pelo transporte coletivo de Joinville, foram demitidos por justa causa após se recusarem a conduzir ônibus com falhas mecânicas graves, incluindo problemas nos freios, transmissão defeituosa e peças soltas.

Um dos motoristas demitidos, contou que em uma situação precisou acionar o freio de emergência de um ônibus lotado, mas o sistema não respondeu, resultando em colisão com dois carros.

“O ônibus estava muito pesado. Fiz de tudo para conseguir frear, mas não consegui. Foi um risco enorme para todos nós”, disse João ao NSC Total.

Outro episódio ganhou repercussão após vídeo gravado também pelo funcionário da companhia, viralizar nas redes sociais.

As imagens mostram o painel solto e o veículo incapaz de engatar a quinta marcha.

Mesmo assim, segundo ele, a empresa ordenou que seguisse viagem.

Ele foi demitido após a divulgação do vídeo, que a Transtusa considerou prejudicial à imagem da empresa.

O terceiro caso envolveu outro motorista que se recusou a dirigir ônibus com falhas no volante e nos freios. Ele foi suspenso e, posteriormente, demitido.

Tentativas do sindicato de reverter a decisão não obtiveram sucesso.

Resposta da empresa e da Prefeitura

A Transtusa informou que realiza manutenções preventivas e corretivas regularmente e que não coloca veículos em circulação com risco à segurança.

A empresa afirma que os desligamentos seguem a legislação vigente e que motoristas recebem treinamentos para encaminhar veículos com irregularidades.

A Prefeitura destacou que realiza vistorias mensais em mais de 95% da frota e que os ônibus com problemas recebem notificação para correção, podendo ser autuados ou retirados de circulação em caso de reincidência.

Repercussão

O caso gerou revolta não apenas pelos motoristas mas também para os passageiros.

Nas redes sociais, usuários relatam veículos sucateados, goteiras, ar-condicionado inoperante e riscos constantes de acidentes.

Um ex-motorista relatou que já dirigiu ônibus “sem freios” e que acidentes só não foram mais graves porque condutores desviaram para calçadas ou estacionamentos.

Com mais de 100 mil usuários diários, o transporte coletivo de Joinville enfrenta questionamentos sobre segurança, fiscalização e postura das empresas responsáveis.

As demissões abriram um debate sobre a necessidade de renovação da frota e a responsabilidade do poder público em garantir condições seguras de trabalho e transporte para toda a população.

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