Os joinvilenses não devem estranhar se nesta sexta-feira (3), por volta das 18h, ouvirem um intenso e prolongado badalar de sinos em diversos cantos da cidade.
Essa será a maneira com que a comunidade luterana local lembrará os 200 anos da chegada das primeiras famílias luteranas em Nova Friburgo (RJ), no dia 3 de maio de 1824.
Pelo menos dez igrejas de Joinville tocarão os sinos no horário marcado – serão 200 baladas, aproximadamente quatro minutos.
O primeiro ofício realizado pela então recém-criada comunidade luterana em Nova Friburgo foi o sepultamento do filho do pastor Friederich Sauerbronn, nascido em 17 de novembro de 1823, ainda no navio que fez a travessia entre a Europa e o Brasil.
A mãe da criança faleceu logo após o parto.
O bebê também não resistiu e veio a falecer seis meses depois. Os sinos não puderam ser tocados para nenhum dos dois.
Sinos badalam para expressar solidariedade na dor, mas também convidam para o louvor e a gratidão.
A ação desta sexta-feira é justamente para lembrar daqueles que, na morte, não foram acolhidos pelo badalar dos sinos, e também agradecer a Deus por sustentar as comunidades luteranas ao longo destes dois séculos.
As igrejas que confirmaram o badalar dos sinos são a Igreja da Paz (centro), Estrada da Ilha, São Mateus (Santo António), Cristo Redentor (Glória), Rio Bonito, Estrada do Oeste, São Marcos (São Marcos), Pirabeiraba, Cristo Bom Pastor (Anita Garibaldi) e Martin Luther (km 11), além da de Garuva.
Em Joinville, onde os luteranos ajudaram a erguer instituições importantes como o Hospital Dona Helena, a Deutsche Schule (Colégio Bom Jesus) e o Ancionato Bethesda, vivem cerca de 25 mil seguidores desta crença.
A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Joinville (CEJ-UP), uma das entidades que representa os luteranos na cidade, reúne 11 paróquias, num total de 22 comunidades.