A Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew recebe a exposição “Fayga Ostrower: Muito Além dos Universos”, que integra a 27ª edição do Projeto Armazém. São 20 gravuras da artista que podem ser conferidas até 26 de julho. A Galeria fica anexa à Casa da Cultura (rua Dona Francisca, 800 – Saguaçu) e a visitação à exposição pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, gratuitamente.
A exposição celebra o centenário de nascimento de Fayga Ostrower (1920-2020) e mostra a produção de um pensamento de vanguarda, de importante atuação no cenário nacional. O acervo manifesta a singularidade das obras produzidas em um período histórico brasileiro em que a gravura se apresentou com toda expressividade.
Além de artista, a polonesa Fayga era educadora e teórica das artes, cujos temas e textos desenvolvidos a inserem no eixo do projeto pedagógico e cultural da própria nacionalidade brasileira e são amplamente conhecidos e estudados até a atualidade. Ela fez curso de artes gráficas na Fundação Getúlio Vargas e estudou xilogravura com o austríaco Axl Leskoscheck e gravura em metal com Carlos Oswald. Foi reconhecida com Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957), o Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958), e nos anos seguintes os Prêmios nas Bienais de Florença, Buenos Aires, México e Venezuela.
Entre os anos 1954 e 1970, desenvolveu atividades docentes na disciplina de composição e análise crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No decorrer dos anos 1960, lecionou no Spellman College, em Atlanta, EUA, na Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posteriormente, na pós-graduação de diversas universidades brasileiras.
Publicou diversos livros sobre questões de arte e criação artística, entre eles “Criatividade e Processos de Criação” (1978), o conhecido “Universos da Arte” (1983), “Acasos e Criação Artística” (1990) e “A Sensibilidade do Intelecto” (1998). Em 1983 o Museu Nacional de Belas Artes realizou uma retrospectiva dos 40 anos de sua obra gráfica, e, em 1995, a exposição Gravuras 1950-1995, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro. Durante anos, Fayga desenvolveu cursos para operários e centros comunitários. Deixa um precioso acervo, resultante de seis décadas de produção artística. Seus trabalhos se encontram nos principais museus da Europa e das Américas.
As gravuras em exposição pertencem ao acervo do Projeto Armazém, idealizado e coordenado pela professora da Udesc, Juliana Crispe, e que receberam doação de obras dela pelo Instituto Fayga Ostrower e organizado por Noni Ostrower, filha da artista, como forma de garantir o acesso democrático à arte.