O Festival de Dança de Joinville realiza sua 42ª edição de 21 de julho a 2 de agosto de 2025.
Reconhecido como o maior do mundo em número de participantes e o mais antigo do Brasil com realização ininterrupta, o evento que consolidou Joinville como Capital Nacional da Dança enseja ampliar seu papel como espaço de debate sobre os principais temas ligados a essa arte no país enquanto mantém a tradição de ser o palco para talentos nacionais e internacionais brilharem.
Entre as novidades desta edição, está a inauguração do novo Museu da Dança, um espaço dedicado a integrar memória e experimentação.
Ele será o único totalmente dedicado a esta arte na América do Sul e um dos cinco em todo o mundo — os demais estão na Europa e nos Estados Unidos.
Em 2025, o Festival de Joinville também abre definitivamente as portas para os musicais, com a primeira edição do Festival de Teatro Musical – mostra competitiva para artistas que dançam, cantam e interpretam.
A tecnologia dos espetáculos, já presente em inovações apresentadas por companhias de dança e competidores, também será pauta do evento, com palestras e espetáculo com discussões sobre uso de Inteligência Artificial na dança.
A programação contará ainda com um evento dedicado a produtores culturais, que poderão assistir a palestras, participar de rodas de conversas e vivenciar como é por dentro do maior festival de dança do mundo.
“Uma das grandes preocupações do Instituto Festival de Dança de Joinville é com o legado. Sabemos que o evento provoca artistas do país inteiro e de outros países a buscarem a excelência. Muitos estudam, ensaiam e se aperfeiçoam o ano inteiro com o objetivo de se destacarem nas competições. Queremos que eles aproveitem em Joinville duas semanas de imersão para que possam aprender e se desenvolver ainda mais”, explica o presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville, Ely Diniz.
Escola do Teatro Bolshoi no Brasil na Noite de Abertura com “O Lago dos Cisnes”
A Noite de Abertura do 42° Festival de Dança de Joinville terá um dos mais importantes balés da história mundial em uma versão produzida especialmente para o Brasil: “O Lago dos Cisnes”, considerado “o clássico dos clássicos”, será apresentado pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil em 21 de julho.
A obra-prima criada no século 19 ganhou remontagem assinada pelo lendário bailarino e coreógrafo russo Vladimir Vasiliev, do Teatro Bolshoi de Moscou.
Ela foi preparada em homenagem aos 25 anos da instalação da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, comemorada em 2025.
O balé reúne mais de 100 bailarinos, entre alunos da Escola Bolshoi, bailarinos da Cia Jovem Bolshoi Brasil e convidados.
A solista do Balé da Ópera de Kazan, da Rússia, Amanda Gomes, estará no Brasil especialmente para dançar o papel de Odette, a princesa transformada em cisne pelo feiticeiro Von Rothbart.
Para viver o Príncipe Siegfried, Wagner Carvalho, primeiro-bailarino do Balé da Ópera de Kazan, também estará em Joinville. Cecília Kerche, primeira-bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e embaixadora da dança pela UNESCO, integra o elenco como a Rainha-Mãe.
Os cenários foram criados pelo próprio Vasiliev, que pintou em aquarela as telas do balé.
Elas ganham vida no palco com a projeção mapeada pelo catarinense VJ Vigas, referência em videomapping no país; e pelos figurinos primorosos desenhados pela russa Gala Orekova, da Escola Bolshoi.
Noite de Gala com espetáculo inovador do Balé da Cidade de São Paulo
Na Noite de Gala, em 27 de julho, o Balé da Cidade de São Paulo, companhia oficial do Theatro Municipal de São Paulo, oferecerá uma experiência inovadora com a apresentação de “Réquiem SP”.
O espetáculo estreou em 2025 e tem a proposta de estabelecer um diálogo entre distintas linguagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas populares.
O movimento do elenco explora a interação do corpo com o ambiente, propondo a dança como um acontecimento imagético comportamental.
A estrutura musical de Réquiem SP é composta por um interlúdio de autogestão coreográfica e sonora, além de faixas do produtor canadense Venetian Snares (Aaron Funk) e a partitura de György Ligeti.
Esta combinação musical busca correlações de composição, unindo elementos clássicos com batidas de breakcore para criar uma paisagem sonora específica que acompanha o movimento do Balé.
A tecnologia do movimento atua como padrão de conexão entre os corpos envolvidos na cena.
A intenção é provocar uma experiência eletrizante para que a plateia sinta-se parte do frenesi que é o cotidiano em São Paulo, a metrópole mais populosa da América Latina.
A criação e direção é de Alejandro Ahmed, bailarino e coreógrafo nascido no Uruguai e radicado em Santa Catarina.
Espetáculos paralelos
AmazôniA
A agenda de espetáculos conta ainda com uma apresentação especial de “AmazôniA”, do Grupo de Dança DC – Dissídio Coletivo, do Rio de Janeiro, no Teatro Juarez Machado.
A companhia, que viveu hiato de dez anos, voltou à cena em 2024 com esta obra inédita de dança contemporânea dirigida por João Wlamir, Jaime Bernardes e Mônica Barbosa.
O espetáculo nasce da memória afetiva de um dos coreógrafos, João Wlamir. Natural de Rondônia, ele viveu seus primeiros 15 anos no coração da Amazônia.
Ele propõe uma viagem pela história e tradições culturais amazônicas, suas lendas, sua culinária, seu povo, suas festas, suas canções, sua fauna e sua flora.
“Trago em mim as cores, sons, cheiros, paladar dessa mistura, caldeirão poético dessa beleza impossível de reproduzir fielmente, dada a sua perfeição. Convido a todos para mergulhar conosco na poesia da Amazônia e continuarmos na luta pelo respeito à floresta, à sua diversidade e aos irmãos que nela habitam”, destaca Wlamir.
Terezas
Em 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Cia de Dança Anderson Couto apresenta “Terezas”, um espetáculo de dança-teatro.
A sessão ocorrerá na Casa da Vó Joaquina, no bairro Ulysses Guimarães, na Zona Sul de Joinville.
A obra aborda as narrativas de luta e resistência das mulheres negras latinoamericanas e caribenhas e propõe uma afirmação dessas histórias, em contraposição às dinâmicas coloniais e de marginalização.
“Terezas” se estrutura como uma instalação artística.
Narrativas ancestrais e contemporâneas fornecem a inspiração para a criação cênica, que combina performance, dança, teatro, música e audiovisual em um cenário que simula um set de filmagem.
Programação competitiva
A programação competitiva do Festival de Dança de Joinville conta com quatro concursos.
A Mostra Competitiva, com nove noites, é a mais tradicional: é quando os melhores bailarinos e grupos do Brasil se apresentam no palco do Centreventos Cau Hansen em busca do primeiro lugar e das premiações especiais.
No período da tarde, o Festival tem o palco dedicado aos talentos que estão no início da trajetória e àqueles que descobriram a paixão pela dança na maturidade: o Festival Meia Ponta (para bailarinos nascidos entre 2013 e 2015) e o Festival 40+, para bailarinos nascidos até 1985).
Com apresentações nos Palcos Abertos, ocorre também o Festival da Sapatilha.
Para 2025, 5.943 coreografias foram inscritas na seleção internacional e 4.605 coreografias foram aprovadas.
Destas, cerca de 230 estarão na Mostra Competitiva, mais de 600 estarão nas demais competições e mais de 3,6 mil em apresentações nos Palcos Abertos.
Grupos de 25 estados brasileiros e do Distrito Federal, e de quatro países (Paraguai, Equador, Portugal e México) estarão presentes na programação.
A venda de ingressos iniciou em 2 de abril no site do Instituto Festival de Dança de Joinville (festivaldedancadejoinville.com.br/ingressos).
A bilheteria do Centreventos Cau Hansen atende entre as 13h e as 18h, com venda de ingressos gerais; e entre 18h e 19h30, exclusivamente para ingressos para a atração do dia na Arena.
Às 19h30 retoma a venda de ingressos gerais, com encerramento às 21 horas. Os valores variam de R$ 50 (com meia-entrada a R$ 25) até R$ 170 (com meia-entrada a R$ 85).
O único Museu da Dança da América do Sul
Um espaço para pensar e experimentar a dança sob diferentes perspectivas: este é o Museu da Dança de Joinville, que inaugura no dia 21/7, às 9h, marcando o início das atividades do 42º Festival de Dança de Joinville.
Instalado em sede própria de 700 m², conta com um teatro com capacidade para 200 pessoas e um rico acervo de memórias da dança no país e no mundo.
Ele é o único do gênero na América do Sul.
Ele abre com a exposição de longa duração “A Dança como Linguagem e Reinvenção da Presença”.
Além de um rico acervo de objetos relacionados à dança, a interatividade é destaque nos ambientes, em instalações imersivas e uma estrutura que oferece dinamismo à visitação.
A exposição é separada em quatro núcleos (natureza, tecnologia, espetáculo e memória) que se “contaminam” e enriquecem as reflexões sobre a dança.
“A ideia é dar a sensação de que se está numa coreografia, o que cria surpresas e um museu mais dinâmico, que vai ao encontro da interatividade e imersão, potencializando a experiência”, explica a arquiteta Paula Delai Ried.
Já o teatro, que terá capacidade para 220 pessoas, poderá ser utilizado para diferentes iniciativas, como espetáculos, aulas de dança e workshops.
O novo museu foi construído com receita própria do Instituto e recursos do governo estadual por meio do Programa de Incentivo à Cultura (Fundação Catarinense de Cultura) e para o mobiliário do teatro.
Conheça mais sobre o novo Museu da Dança de Joinville:
Núcleo da natureza: propõe a dança como algo elementar, mostrando o movimento da natureza como algo harmônico e em diálogo com a dança.
Núcleo da tecnologia: este espaço reflete sobre as tecnologias produzidas pela dança e para a dança.
Núcleo do espetáculo: o ambiente destaca os festivais e apresentações de dança pelo Brasil e o mundo.
Entre os destaques, está a coleção de 42 cartazes do Festival de Dança de Joinville e troféus antigos do evento, um deles assinado pela artista plástica Helena Montenegro.
No ambiente dedicado ao espetáculo, figurinos doados pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e por bailarinos como Ana Botafogo, Cecília Kerche e Marcelo Misailidis enriquecem o acervo.
Núcleo da memória: o último núcleo mostra a dança como memória coletiva e social, com cabines que exibem vídeos de diferentes manifestações, como a ballroom e o passinho.
Já uma coleção de bonecas evidencia os variados gêneros de dança e manifestações culturais.
Teatro Musical ganha mais espaço em 2025
O Festival de Teatro Musical é uma nova mostra com premiação realizada no dia 29 de julho.
Participantes a partir de 10 anos de idade terão o desafio de apresentar seu talento no canto, na dança e na interpretação ao performarem trechos de espetáculos famosos como “Matilda”, “Wicked” e “Chicago”.
Os premiados receberão troféu e certificado, e a melhor performance ganhará também prêmio em dinheiro e bolsa de estudos para uma semana de intercâmbio com aulas de teatro musical na International College of Musical Theatre (ICMT) em Londres, na Inglaterra.
A atração conta com a consultoria artística de Fernanda Chamma, referência no gênero no Brasil.
Ela é produtora, diretora e coreógrafa de espetáculos musicais de sucesso, e é a criadora do Programa de Teatro Musical que é realizado em Joinville desde 2019 durante o Festival de Dança.
Em 2025, os alunos do programa participarão da montagem “Escola de Rock – O Musical”, que ao fim do curso será apresentada no Teatro Juarez Machado, em 28 de julho.
“Joinville tem um olhar muito importante para o cenário nacional internacional da dança, e está promovendo cada vez mais o intercâmbio e a profissionalização do artista. Agora, com um lugar também para o ator e o cantor, já que o mercado do musical tem movimentado grandes espetáculos pelo país e pelo mundo. Este é, provavelmente, o primeiro festival neste formato do país, e como sempre Joinville sai na frente”, afirma Fernanda.
“E aí, IA?”: Inteligência Artificial em foco nos debates teóricos e criativos
No dia 27 de julho, o projeto Falar em Dança promove uma programação especial com o tema “E aí, IA?”, dedicada a discutir os cruzamentos entre arte, tecnologia e inteligência artificial.
Realizado no Teatro Juarez Machado, o evento reúne profissionais das áreas da dança, música, audiovisual e pesquisa acadêmica para um dia inteiro de reflexões e trocas.
A programação começa às 8h30 com a abertura oficial, seguida da palestra de Caio Almendra, que discute os limites da percepção humana frente à sensibilidade das IAs.
Ao longo do dia, acontecem ainda a apresentação e exibição do vídeoespetáculo “AlgoRítmico”, uma palestra com Felipe Vassão sobre criação musical com tecnologia, e a fala do coreógrafo Alejandro Ahmed, intitulada “Corpo de Empréstimo”, que propõe pensar o corpo e a criação coreográfica em tempos de inteligência artificial.
O evento inclui também duas mesas de conversa, às 10h30 e 15h50, reunindo os convidados para debater os temas do dia sob mediação de Juliana Kis, Sigrid Nora e Joel Gehlen.
Participam das discussões nomes como Tíndaro Silvano, Matheus Brusa e Diego Mac, além dos palestrantes.
A iniciativa é uma realização do Instituto Festival de Dança de Joinville, reforçando o papel do festival como espaço de pensamento e inovação nas artes.
Programação didática tem professores famosos e oportunidades para audições
A programação didática de 2025 contará com 190 opções de aulas, entre masterclasses, workshops, cursos com duração de cinco dias, e showcases.
Os professores contratados para a programação didática são algumas das maiores referências em suas áreas de atuação, como o americano Bill Prudich, o russo Ilya Osinovskiy e os brasileiros Ana Botafogo, Carlinhos de Jesus e Fernanda Chamma.
Além disso, quatro renomadas escolas e companhias internacionais da França, da Bélgica, da Espanha e do México estarão no evento para ministrar masterclasses com audições.
Nestas aulas, os alunos serão avaliados por professores renomados destas instituições internacionais e poderão ser contemplados com vagas em companhias e escolas.
As oportunidades para audições também ocorrem em eventos paralelos como as seletivas nacionais para o YAGP (Youth America Grand Prix) e o Hip Hop Unite, competições mundiais de balé clássico e de dança de rua, respectivamente.
Um grande parque de diversões: atrações para todos os públicos completam programação
Durante os 13 dias de Festival de Dança de Joinville, os grupos e bailarinos também se apresentam nos Palcos Abertos, que são montados em shopping centers, praças, espaços culturais e pontos turísticos de Joinville e outras cidades da região.
São 12 palcos e mais de 500 horas de coreografias para o público curtir o Festival de Dança de Joinville gratuitamente.
A programação inclui ainda aulas de dança gratuitas para todas as idades, o Encontro das Ruas (com atividades como batalha de MCs e freestyle); o Dance Parade, um grande desfile na principal avenida da cidade; e atividades inusitadas, como concurso de fantasias de cachorros, sessões de improviso de sapateado, aulas abertas de dança para quem não é bailarino e visitas pelos bastidores.
Um dos sucessos do evento é a Feira da Sapatilha, que reúne mais de 140 expositores com produtos para todos os gêneros da dança, com as principais marcas do Brasil apresentando as novas coleções e as inovações tecnológicas da área.
A feira conta ainda com dezenas de estandes de artesãos da cidade e com uma praça de alimentação.
SERVIÇO
O QUÊ: 42º Festival de Dança de Joinville
QUANDO: 21 de julho a 2 de agosto de 2025
ONDE: Complexo Centreventos Cau Hansen, localizado na avenida José Vieira, 315, América, Joinville; e palcos espalhados por Joinville e região
PATROCÍNIO: ArcelorMittal, O Boticário, Grupo Koch e Fundação Catarinense de Cultura e Governo de Santa Catarina
APOIO: Bosch, Fruki, Global, Grupo Barigui e Havan
PROMOÇÃO: Prefeitura Municipal de Joinville – Secretaria de Cultura e Turismo
REALIZAÇÃO: Instituto Festival de Dança de Joinville e Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução