Depois de quase um mês separada de seu papagaio de estimação, uma moradora de Joinville voltou a sorrir. Terezinha de Fátima, de 68 anos, reencontrou o Louro, companheiro de todas as horas há 27 anos.
A ave havia sido apreendida no fim de junho durante uma ação conjunta do Ibama e do IMA (Instituto do Meio Ambiente de SC), o que causou enorme abalo emocional na idosa.
“Ele é meu filho, minha vida”, declarou dona Terezinha, emocionada.
Ela recebeu Louro ainda filhote, em um momento delicado de sua vida, quando enfrentava um quadro de depressão após perder a mãe e o irmão em um acidente de carro.
Desde então, os dois se tornaram inseparáveis.
Louro acompanha a idosa durante toda a rotina, do café da manhã até a hora de dormir.
Ele fala, canta, chama por ela e até interage com os netos da família.
“Ele me chama de mãe, e agora de vó, por causa do meu netinho”, conta ela.
A ausência do papagaio teve impacto direto na saúde de dona Terezinha, que precisou ser medicada com ansiolíticos e antidepressivos.
“Eu não gosto nem de lembrar. A casa ficou vazia, silenciosa. Ele pedia ‘papá’ e não estava mais ali”, relembra.
O reencontro foi possível graças a uma liminar concedida no dia 22 de julho, que determinou ao Ibama e ao IMA que Louro fosse devolvido à sua tutora.
A decisão judicial considerou o vínculo afetivo entre a idosa e o animal, além do impacto psicológico causado pela separação.
O juiz Leandro Paulo Cypriani destacou que Terezinha demonstrou boa-fé e já havia iniciado um processo para regularizar a posse do papagaio junto aos órgãos ambientais.
Em nota, o IMA afirmou que cumpre a legislação ambiental vigente e as decisões judiciais.
A instituição destacou ainda que a apreensão da ave seguiu normas federais, que exigem autorização para manter animais silvestres em cativeiro.
Agora, com Louro novamente em seus ombros, Terezinha comemora o retorno do seu melhor amigo.
“Ele canta pra mim, me faz companhia. Eu só queria ter ele de volta, e agora meu coração está em paz.”