A Polícia Civil cumpriu, na manhã desta sexta-feira (1º), um mandado de busca e apreensão na residência de uma mulher investigada por uma série de crimes contra um padre da cidade de Nova Veneza.
A ação aconteceu em Imbituba, no Sul de Santa Catarina, e resultou na apreensão de três aparelhos celulares.
Segundo a investigação, a mulher é suspeita de praticar calúnia, ameaças e perseguição. Entre os crimes atribuídos a ela estão a criação de perfis falsos, envio de mensagens ofensivas, divulgação de conteúdo manipulado e acompanhamento obsessivo das transmissões religiosas da vítima pela internet.
A operação foi batizada de Pax Mentis – expressão em latim que significa “paz de espírito” – e está sendo conduzida pelo delegado Márcio Campos Neves.
De acordo com o delegado, a investigação se estendeu por vários meses e contou com o depoimento de testemunhas e entrega de provas por parte da defesa do padre.
“O padre relutou em denunciar a situação, acreditando que os ataques cessariam. Mas após mais de um ano de perseguições, decidiu buscar ajuda do bispo e da polícia”, explicou o delegado.
A suspeita teria iniciado os ataques após procurar apoio espiritual com o sacerdote e, em seguida, tentar se envolver de forma pessoal com ele. A negativa do padre teria motivado a série de ações caluniosas.
Com os celulares apreendidos, a Polícia Civil agora irá analisar o conteúdo armazenado e pretende ouvir a investigada nos próximos dias.
Outros religiosos mencionados durante a apuração também serão convocados a depor.
Após a conclusão, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público.
A Diocese de Criciúma foi procurada, mas informou que, neste momento, não irá se manifestar. O espaço permanece aberto.
O advogado do padre, Jefferson Monteiro, divulgou uma nota oficial. Confira o trecho:
“A vítima foi alvo de uma campanha de perseguição intensa, envolvendo chantagens, ameaças e vazamento de conversas manipuladas, com o intuito de causar constrangimento público. A operação de hoje representa um passo importante para a recuperação da sua dignidade e para que a verdade prevaleça.”
Segundo ele, outras pessoas que participaram da disseminação de conteúdos difamatórios também serão responsabilizadas criminal e civilmente.
