Noite de Gala do 42º Festival de Dança de Joinville promete experiência inovadora para o público

Interessado nos possíveis entrelaçamentos da dupla dança e tecnologia, o Festival de Dança de Joinville apresenta neste domingo (27/7), em sua Noite de Gala, um espetáculo marcado pelo uso de tecnologia para traduzir um cenário cheio de intensidade: o da maior metrópole da América Latina.

“Réquiem SP”, do Balé da Cidade de São Paulo, é uma criação de Alejandro Ahmed que estabelece um diálogo entre distintas linguagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas.

O espetáculo tem como base a composição orquestral “Réquiem” e músicas eletrônicas do canadense Venetian Snares.

A proposta é que as diferenças entre as faixas da trilha sonora gerem um contraste entre si, e que as intervenções de arte digital provoquem uma experiência eletrizante, a ponto de a plateia sentir-se parte da sensação frenética que é o cotidiano em São Paulo

Segundo Ahmed, que é o atual diretor artístico do Balá da Cidade de São Paulo, o público pode esperar telões em sincronia com os bailarinos e goteiras cenográficas marcando ritmo no palco; cheiro de combustível e uma motocicleta aparecendo no palco.

— “Réquiem SP” reflete sobre a irreversibilidade da vida no tempo das coisas, atravessada por essa incorporação de uma cidade como São Paulo. Este réquiem não homenageia uma cidade morta. Ele homenageia, sim, a vida que nasce em cada segundo que passa/morre — explica o coreógrafo.

Um talento descoberto no Festival de Joinville

Tudo isso é parte do vernáculo cênico de Ahmed, uruguaio radicado em Santa Catarina, para onde se mudou ainda na infância.

Ele é conhecido pelo trabalho no grupo Cena 11, de Florianópolis, em que inovação sempre foi a palavra de ordem.

No domingo, aliás, antes do espetáculo, ele é um dos palestrantes convidados para o projeto Falar em Dança, que discutirá o uso de tecnologia e inteligência artificial nas criações coreográficas. Sua palestra “Corpo de Empréstimo” ocorrerá às 15 horas, no Teatro Juarez Machado.

Apresentar-se em Joinville, para Alejandro Ahmed, faz lembrar um ponto de inflexão. Foi no palco do Festival de Dança que ele, ainda jovem, foi reconhecido como coreógrafo pela primeira vez, e acabou por reconhecer em si mesmo qual seria seu destino.

— Em 1989, fiz um duo junto com a bailarina Jussara Xavier, que era do Cena 11 também. Foi a primeira coreografia que eu fiz, de uma forma quase brincando. Eu tinha 17 anos, e a gente ganhou. Eu comecei a ser visto também por outras pessoas, dentro da companhia e em outros lugares, como uma possibilidade de novo coreógrafo. Isso, de alguma forma, foi me responsabilizando a ponto de eu me entender também como coreógrafo muito cedo — explica Ahmed.

O Festival de Dança de Joinville ocorre até 2 de agosto, com a programação principal ocorrendo no complexo do Centreventos Cau Hansen, e outras atrações e apresentações realizadas em diversos lugares da cidade.

No total, são mais de 16 mil participantes inscritos, e mais de 500 horas de apresentações de dança gratuitas.

SERVIÇO

O QUÊ: 42º Festival de Dança de Joinville
QUANDO: 21 de julho a 2 de agosto de 2025
ONDE: Complexo Centreventos Cau Hansen, localizado na avenida José Vieira, 315, América, Joinville; e palcos espalhados por Joinville e região

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