Enquanto o governo federal apresenta o Super Centro de Diagnóstico do Câncer, Joinville se antecipa com uma proposta inovadora para agilizar o diagnóstico da doença na rede pública.
O Instituto Dahmer Rocha (IDR) desenvolveu um modelo que pretende reduzir drasticamente o tempo entre a suspeita e a confirmação do câncer: de até 30 dias, como determina a lei, para apenas sete dias.
A iniciativa combina exames ambulatoriais, protocolos otimizados e o uso de inteligência artificial para acelerar todo o processo diagnóstico.
“Acreditamos que é possível oferecer muito mais, em menos tempo, com qualidade, rastreabilidade e empatia, tanto para pacientes da rede pública quanto da privada”, afirma o médico Rafael Dahmer Rocha, idealizador do projeto.
Diagnóstico em sete dias: tecnologia a serviço da saúde
Um dos grandes diferenciais do projeto é a implementação de uma plataforma de busca ativa, equipada com inteligência artificial.
Ela identifica, dentro da rede pública, pacientes que apresentem sintomas ou exames que podem indicar câncer.
A partir dessa triagem, é ativada uma linha de cuidado rápido, que envolve consulta médica, exames de imagem, biópsia e emissão de laudo – tudo em menos de uma semana.
Além da agilidade, o modelo proposto pelo IDR foca em uma jornada totalmente ambulatorial, o que reduz custos para o sistema público e minimiza riscos de infecção hospitalar.
Essa estrutura se mostra ainda mais eficiente em cenários críticos, como durante pandemias ou quando há escassez de leitos hospitalares.
Mais de um milhão de pacientes com acesso gratuito
O projeto já está em operação por meio de uma parceria com o Cisnordeste/SC, consórcio que integra diversas secretarias municipais de Saúde do Norte e Nordeste catarinense.
Graças a essa colaboração, mais de 1 milhão de usuários do SUS na região têm acesso gratuito a exames, diagnósticos e encaminhamentos para tratamento – tudo sem necessidade de internação.
Até o momento, o IDR vem sendo financiado com recursos próprios e apoio da iniciativa privada.
Em novembro de 2024, o projeto foi encaminhado à FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e aguarda a liberação de financiamento público.
A expectativa é que a relevância social e científica da proposta seja reconhecida pelas esferas estadual e federal, permitindo sua ampliação como modelo para outras regiões do país.