No Maio Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre segurança no trânsito, a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) chama atenção para um cenário alarmante: o aumento da letalidade nas estradas catarinenses.
Com o tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, a campanha reforça a importância da responsabilidade coletiva para salvar vidas.
Para ampliar o debate, a SES divulgou o infográfico “Acidentes de Transporte Terrestre: A realidade nas estradas”, com dados que apontam um crescimento preocupante nos acidentes e mortes, principalmente entre motociclistas — o grupo mais vulnerável nas vias.
Números em alta: mais internações e mais mortes
Dados dos sistemas de informação da SES mostram que, entre 2020 e 2024, as internações hospitalares por acidentes de trânsito aumentaram 31,6%, saltando de 6.532 para 8.594 casos.
No mesmo período, o número de mortes subiu 11,6%, passando de 1.356 para 1.513 óbitos.
Os motociclistas representam a maior parcela dessas vítimas: somente em 2024, foram responsáveis por 534 mortes — o equivalente a mais de 35% do total.
Jovens do sexo masculino são maioria entre as vítimas
O perfil das vítimas reforça a gravidade da situação. Entre os óbitos envolvendo motocicletas registrados de 2020 a 2024, 88% eram homens, principalmente entre 18 e 35 anos.
Embora as internações relacionadas a esse tipo de acidente tenham caído 1,8% no período, o número de mortes subiu 23,6%, o que aponta para a maior gravidade dos acidentes — muitas vítimas sequer chegam com vida aos hospitais.
Fatores como excesso de velocidade, imprudência no trânsito e pouca proteção física dos condutores estão entre as principais causas dos sinistros fatais.
“O Maio Amarelo é mais do que uma campanha. É um apelo à consciência coletiva. Precisamos de ações firmes, como fiscalização, educação no trânsito e socorro pré-hospitalar de qualidade”, afirma Adriana Elias, chefe da Divisão de Vigilância do Tabagismo e da Violência no Trânsito da SES/SC. “Reduzir a velocidade, usar equipamentos de segurança e respeitar as leis de trânsito são atitudes que salvam vidas”, completa.
Regiões e rodovias críticas
A análise regional mostra que as áreas com maior número de mortes estão nas regiões da Grande Florianópolis, Nordeste e Médio Vale do Itajaí.
A capital catarinense lidera em número de acidentes urbanos, com mais de 20 mil ocorrências registradas em 2024.
Nas rodovias, os trechos mais perigosos são a BR-101, BR-470 e BR-282, com destaque para os acidentes envolvendo motociclistas.
Impactos que ultrapassam as estradas
A violência no trânsito não traz apenas consequências humanas.
Os custos com internações hospitalares de motociclistas ultrapassaram R$ 10,9 milhões em 2024, com média de R$ 2,1 mil por atendimento.
Além dos gastos com saúde, há também prejuízos econômicos ligados à perda de produtividade, afastamentos do trabalho e aposentadorias por invalidez.
A produção do infográfico foi realizada pela Gerência de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos Não Transmissíveis (GADNT), da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES.