A Transportadora Mann, tradicional empresa de Joinville fundada em 1985, deu entrada em um pedido de recuperação judicial para tentar reorganizar seu passivo de aproximadamente R$ 15 milhões.
Mais da metade desse montante, cerca de R$ 8,8 milhões, é referente a ações trabalhistas.
O pedido foi deferido no dia 8 de agosto pelo juiz Uziel Nunes de Oliveira, da Vara Regional de Falências e Recuperações de Jaraguá do Sul.
A partir da decisão, a companhia tem 60 dias para apresentar um plano de reestruturação.
De acordo com o processo, todas as filiais da Mann estão paralisadas, restando apenas a matriz, em Joinville, em funcionamento.
Os representantes legais afirmam que a transportadora, que já foi referência no setor rodoviário, enfrenta hoje dificuldades que comprometem sua continuidade.
Custos elevados e margens apertadas
Na petição, a defesa destacou que o aumento no preço do diesel, principal insumo do transporte rodoviário, reduziu drasticamente as margens de lucro.
Além disso, o peso das ações trabalhistas e encargos trabalhistas agravou ainda mais a situação financeira.
Atualmente, a empresa mantém cerca de 70 funcionários diretos e trabalha também com distribuidores terceirizados.
Em 2024, registrou receita bruta de R$ 66,7 milhões, mas fechou o ano com prejuízo líquido de R$ 3,1 milhões.
Trajetória e crise
Fundada por Hilário Hahnemann, a Mann chegou a operar com 40 filiais em todo o Brasil, atendendo grandes indústrias dos setores metalmecânico, têxtil e de bens de consumo
Hoje, restam apenas 18 unidades distribuídas em diversos estados, entre eles Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais.
Para os advogados da companhia, a recuperação judicial é a única alternativa viável no momento.
“A medida não é uma escolha, mas sim uma necessidade para preservar empregos e buscar uma solução coletiva e transparente diante do passivo existente”, argumentaram.