O município de São Francisco do Sul tem reforçado as ações de combate à dengue diante da identificação de 62 focos do mosquito Aedes aegypti.
Apesar de ainda não haver casos positivos confirmados da doença, a presença do vetor em diversos bairros preocupa as autoridades de saúde.
Segundo o relatório divulgado no último dia 29 de janeiro, foram notificados 85 casos suspeitos de dengue na cidade. Desses, 43 foram descartados, enquanto 42 ainda aguardam confirmação laboratorial.
O cenário reflete um momento de atenção, já que o período quente e chuvoso favorece a proliferação do mosquito transmissor da doença.
O estado de Santa Catarina, como um todo, segue em alerta. Segundo o último levantamento, foram registrados 5.021 focos do mosquito, com 7.731 notificações e 3.307 casos prováveis da doença.
Com o histórico de altas transmissões em anos anteriores, as autoridades temem um novo surto e pedem o engajamento da população no controle dos criadouros.
A Vigilância em Saúde de São Francisco do Sul tem promovido ações de fiscalização e orientação, mas destaca que a principal forma de prevenção é a eliminação de água parada em residências e comércios.
“Cada morador precisa fazer o seu papel. A maior parte dos focos está dentro das casas, em recipientes que acumulam água”, reforça Alexandre Muehlmann, médico veterinário da Vigilância em Saúde Ambiental.
Entrevista com Alexandre Muehlmann, Médico Veterinário da Vigilância em Saúde Ambiental de São Francisco do Sul
Apesar do número de casos ainda ser baixo, já temos registros de focos do mosquito em São Francisco do Sul. Como a Vigilância está trabalhando no controle?
Nesse momento, em São Francisco do Sul, apesar da doença dengue estar bastante controlada, a gente ainda estar com uma casuística baixa, não estamos passando ainda por um momento crítico em relação à doença, a gente deixa muito claro que temos a presença do vetor, o mosquito Aedes aegypti, identificado ao longo de todos os bairros do município.
Então, isso é uma situação muito preocupante que demanda uma atenção especial.
Há uma tendência de aumento nos casos de dengue para as próximas semanas, segundo os alertas da DIVE. A que se deve essa tendência?
O período é altamente favorável à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Estamos passando por um período bastante quente, com muita chuva, então isso é o ambiente ideal para que ele prolifere.
Também verificamos um grande fluxo de pessoas vindas de diversas partes do país, então isso também aumenta a probabilidade de vir alguém contaminado com a doença, com o vírus da dengue e tendo o vetor no local, esse mosquito se alimentar do sangue dessa pessoa e a partir disso temos o ciclo se concluindo, esse mosquito transmitindo a doença para outras pessoas e assim sucessivamente.
Ou seja, estamos em um momento bastante favorável tanto para a proliferação do mosquito, do vetor Aedes aegypti, quanto para que a gente tenha a introdução do vírus nessa população de mosquito. Então é um período bastante crítico.
A previsão dos órgãos estaduais é de que tenhamos o pico no mês de abril e maio, no outono. Isso acontece por quais fatores?
Historicamente, os dados, as curvas epidemiológicas que nós temos, a gente sabe que em termos de estado de Santa Catarina e aqui no município de São Francisco do Sul, o nosso período máximo de pico da doença tende a ser março, abril, maio.
Então por isso a importância de neste momento fazermos um enfrentamento principalmente voltado a reduzir essa população do vetor para que nos próximos meses a gente não tenha uma aceleração, um aumento da doença.
Este é o momento em que ainda se consegue fazer um bom controle e evitar que lá na frente tenhamos um aumento, uma explosão de casos.
A população deve se manter em alerta e auxiliar no combate ao mosquito. Como os moradores podem contribuir?
Evitar com que o mosquito encontre um local favorável para se reproduzir, que é aquele local de água limpa e parada.
E esses locais, na sua grande maioria, estão dentro da casa das pessoas, a grande maioria dos focos estão em ambiente doméstico, residencial, então, a gente reitera aqueles pedidos de que a população faça uma varredura na nossa casa, dê uma atenção especial, que é a única forma de fazer com que a doença não atinja índices elevados aqui no município.