PROCON/SC combate bebida com metanol e orienta consumidores e fornecedores

O PROCON/SC emitiu um alerta à população catarinense nesta terça-feira (30) para que consumidores denunciem qualquer mal-estar fora do padrão após o consumo de bebidas alcoólicas.

A medida reforça as ações de combate a possíveis casos de falsificação envolvendo metanol, substância altamente tóxica que já causou a morte de três pessoas e deixou outras nove internadas em São Paulo desde junho.

De acordo com a diretora do PROCON/SC, delegada Michele Alves, há indícios de que a distribuição dessas bebidas possa ter alcançado outros estados além de São Paulo.

“Na hora de consumir algum produto, verifique a embalagem ou se há erros de português no rótulo. Isso são sinais de falsificação. Tendo qualquer sintoma, além de procurar um médico, denuncie ao PROCON/SC”, orienta.

A Polícia Federal investiga uma possível rede de distribuição nacional. Segundo nota divulgada pelo Ministério da Justiça, os casos apresentam um padrão inédito, atingindo diferentes tipos de bebidas — como gin, vodka e uísque. A intoxicação por metanol é considerada emergência médica grave e risco sanitário coletivo.

Sintomas de intoxicação por metanol

Os primeiros sinais podem surgir entre 6 e 12 horas após a ingestão:

  • Visão turva e alterações visuais

  • Dor de cabeça intensa

  • Náusea, vômito e dor abdominal

  • Insuficiência respiratória

  • Sonolência e rebaixamento da consciência

Como identificar bebidas suspeitas

Consumidores devem ficar atentos a:

  • Preços muito abaixo do mercado

  • Venda em pontos informais

  • Rótulos com erros, mal impressos ou desalinhados

  • Ausência de CNPJ, lote ou validade

  • Lacres violados

  • Vidro de má qualidade, com rebarbas

  • Alteração de cor em bebidas que deveriam ser transparentes

A ausência desses sinais não garante a qualidade do produto, por isso a recomendação é comprar apenas de fornecedores confiáveis e exigir nota fiscal.

Orientações a fornecedores

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) também emitiu nota técnica para bares, restaurantes, hotéis, distribuidoras, casas noturnas e aplicativos de entrega. Entre as medidas obrigatórias estão:

  • Comprar apenas de fornecedores formais com CNPJ ativo

  • Conferir notas fiscais e dados de rótulos/lotes

  • Rejeitar produtos com lacres violados ou rótulos de baixa qualidade

  • Proibir recondicionamento ou transvase de bebidas

  • Implantar checagem dupla em processos de recebimento

  • Interromper imediatamente a venda se houver suspeita de adulteração

Canais de denúncia e emergência

  • PROCON/SC: (48) 3665-9046 – atendimento virtual da Catarina

  • Disque-Intoxicação Anvisa: 0800-722-6001

  • Centro de Informação e Assistência Toxicológica/SC: 0800-643-5252 (emergência) | (48) 3721-9083

  • Centro de Controle de Intoxicações de SP (CCI): 0800-771-3733 (ligações de todo o país)

O PROCON/SC reforça que a falsificação ou adulteração de bebidas é crime previsto no Código Penal e na Lei 8.137/90, com pena de reclusão e multa.

Você não pode copiar o conteúdo desta página