Na infatigável campanha de recuperar seu patrimônio histórico, a Sociedade Harmonia-Lyra iniciou há cerca de um mês uma nova etapa das obras no quase centenário prédio da rua 15 de Novembro.
Quem passa pelo endereço percebe os trabalhos acelerados na fachada do prédio social, que incluem intervenções nas entradas principal e lateral e nos janelões do andar superior.
As obras na fachada do prédio social devem durar aproximadamente quatro meses. Elas eliminaram a parede ornada com arcos que foi erguida nos anos de 1960 para aumentar o espaço da antiga boate da Lyra, o que, consequentemente, ampliou a sacada acima.
No lugar serão instaladas janelas e portas de vidro, permitindo a quem estiver no lado de dentro visualizar o movimento da calçada. Aliás, o muro e a cisterna não existirão mais, melhorando assim a circulação de pessoas e o visual do edifício.
Será um acréscimo e tanto para quem assumir o antigo espaço da boate, onde os trabalhos também estão adiantados. A intenção da diretoria da Lyra é que o local – que possui cerca de 180m2 e um restaurante anexo – passe a ter um viés cultural-gastronômico.
Voltando ao lado externo, a laje entre os dois prédios dará lugar a uma cobertura de vidro que se ligará a uma platibanda do mesmo material.
Um acréscimo visual também para a nova entrada, à esquerda da fachada, que dará acesso direto ao Salão Nobre (ou Mozart), o que até agora só era possível por meio do grande salão principal. Será uma espécie de lounge, propício para a recepção de convidados.
Esta etapa das obras ainda “ataca” as aberturas de todo o segundo piso dos dois prédios da sociedade. São janelas e portas quase centenárias, muitas delas com madeira e ferragens bastante deterioradas.
Tudo será recuperado, a exemplo do que foi feito no Foyer Liselott Trinks, reinaugurado em 2023.
Patrimônio tombado
Importante lembrar que, por ser o prédio da Harmonia-Lyra tombado pelo Estado e pelo município, todas as intervenções atendem às normas que regem o patrimônio histórico nacional.
O projeto de restauro do edifício da entidade foi aprovado na Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e na Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), e conta com recursos do Simdec e do Prêmio Elisabete Anderle, além de doações particulares.
As obras de restauro começaram há aproximadamente quatro anos, pela área que hoje é ocupada pela Secretaria de Pesquisa e Planejamento Urbano (Sepur).
Nesse período, ainda foram recuperados o Foyer Liselott Trinks, os telhados do salão principal e do palco, os camarotes, camarins, o setor dos apartamentos, o forro do Salão Nobre e praticamente toda a instalação elétrica do edifício.
“Nosso objetivo é chegar em 2030, nos cem anos do prédio, com ele em seu melhor estado, 100% restaurado e funcional”, garante Álvaro Cauduro, presidente da Sociedade Harmonia-Lyra.