Chances de cura chegam a 90% quando o diagnóstico é precoce
A cada novembro, o mundo se pinta de azul para lembrar uma verdade simples e poderosa: cuidar da saúde é coisa de homem, sim.
O movimento Novembro Azul surge para quebrar barreiras e enfrentar o estigma que ainda ronda a saúde masculina, especialmente em temas como o câncer de próstata e o câncer colorretal.
Para muitos homens, a ideia de ir ao médico regularmente, especialmente para exames de prevenção, ainda é um tabu — e é aí que surge um problema.
Dados mostram que, no Brasil, a mortalidade por câncer de próstata, o segundo tipo mais comum entre homens, ainda é elevada, mas que cai drasticamente quando diagnosticado em estágio inicial.
Essa resistência de muitos homens em procurar ajuda médica é uma questão global.
HOMENS VIVEM MENOS POR PRECONCEITO?
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a expectativa de vida masculina no mundo é cerca de 5 anos menor que a feminina.
No Brasil, a situação é ainda mais preocupante: enquanto a expectativa de vida das mulheres brasileiras chega a 80 anos, a dos homens é de apenas 73 anos.
Parte desse abismo é explicada por uma cultura onde, historicamente, o homem cuida menos da saúde, evita exames preventivos e se expõe mais a riscos.
ESTATÍSTICAS QUE SALVAM VIDAS
Para ilustrar a importância do Novembro Azul, vale mencionar que cerca de 65 mil novos casos de câncer de próstata são diagnosticados no Brasil anualmente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
No entanto, quando detectado precocemente, o índice de sobrevida em cinco anos ultrapassa 95%.
O câncer colorretal, por sua vez, afeta homens e mulheres, e no caso deles, fatores de risco como tabagismo, dieta pobre em fibras e o sedentarismo aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.
Com o diagnóstico precoce, porém, as taxas de sucesso no tratamento também são elevadas.
Por que, então, tantos homens evitam o médico? Esse comportamento pode ter raízes na cultura e até mesmo na educação familiar, que não costuma reforçar a importância da prevenção para os homens.
Não é raro que as esposas e parceiras tenham um papel ativo, incentivando ou até insistindo para que seus maridos realizem exames preventivos.
Esse apoio da família, especialmente das mulheres, se torna fundamental para que os homens superem barreiras e priorizem sua saúde.
CAUSAS E PREVENÇÃO
O câncer de próstata é mais comum após os 50 anos, e fatores como histórico familiar e obesidade aumentam o risco.
Já o câncer colorretal é fortemente associado a hábitos alimentares, como o consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas, falta de fibras e sedentarismo.
Para se proteger, pequenas mudanças de hábitos são cruciais.
Praticar atividades físicas regulares, adotar uma dieta rica em frutas, legumes e grãos, evitar o tabaco e o álcool em excesso e manter o peso saudável são ações que ajudam a reduzir o risco de diversas doenças, inclusive o câncer.
COMO SURGIU O NOVEMBRO AZUL
O movimento Novembro Azul foi criado em 2003, na Austrália, como parte de uma iniciativa chamada Movember (união das palavras “moustache” – bigode, e “november” – novembro).
O Movember começou como uma campanha para conscientizar os homens sobre a saúde masculina em geral, incentivando-os a deixar o bigode crescer durante o mês de novembro.
Esse símbolo visual do bigode serviu para gerar conversas e aumentar a visibilidade sobre temas como o câncer de próstata e outras questões de saúde.
O Novembro Azul como o conhecemos hoje se espalhou pelo mundo e ganhou diferentes enfoques conforme foi adotado por outros países.
No Brasil, o movimento chegou em 2008, quando foi introduzido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, que trabalha para promover a conscientização e prevenção do câncer de próstata.
OBJETIVOS DO NOVEMBRO AZUL
O movimento busca:
1. Quebrar o tabu que ainda impede muitos homens de falarem sobre saúde e buscarem ajuda.
2. Incentivar exames preventivos, como o PSA e o toque retal, para aumentar as chances de diagnóstico precoce do câncer de próstata.
3. Promover hábitos saudáveis e conscientizar sobre a importância de cuidar da saúde masculina, englobando questões como o câncer colorretal e a saúde mental dos homens.
Assim, o Novembro Azul foi se consolidando como uma campanha de saúde pública global.
O Novembro Azul é mais do que um lembrete para o exame de próstata: é um chamado para que todos os homens assumam o protagonismo na defesa e promoção de uma vida mais longa e com qualidade.
O RETORNO DO MÉDICO DA FAMÍLIA
Na busca pela conscientização da importância da prevenção, a figura do médico de família ganha destaque. Antes muito presente na rede pública, o médico de família retorna hoje como peça-chave em hospitais de alta qualidade, como o Hospital Dona Helena, de Joinville.
O Dr. Nello Chescon Neto, nosso convidado para o Podcast Caminho do Meio desta segunda-feira, é um desses profissionais dedicados a cuidar do paciente de forma holística, considerando não só o histórico médico, mas também o contexto social e familiar.
O médico de família se torna um aliado poderoso na promoção da saúde preventiva, acompanhando o paciente de perto, orientando exames e reforçando o cuidado com a saúde em todas as fases da vida.
A presença desse profissional nas redes pública e privada faz uma diferença enorme, pois ele pode ajudar a identificar riscos antes que se transformem em problemas graves.
Cuidar da saúde não deve
ser um ato vergonhoso ou protelado, mas um compromisso que homens de todas as idades devem valorizar.
Por isso, participe do Podcast Caminho do Meio e aprenda mais sobre como vencer tabus e adotar práticas saudáveis.
Acompanhe ao vivo nesta segunda-feira (4), às 20h, pelos canais do Portal Aconteceu em Joinville: YouTube, Facebook e Instagram.
