Já está em vigor em Joinville a lei que autoriza a adoção de práticas sustentáveis na construção civil em obras feitas pelo município.
A nova regra prevê o uso de materiais reciclados da construção civil, estimulando o reaproveitamento de recursos e a redução de impactos ambientais.
A lei, de autoria do vereador Henrique Deckmann (MDB), tem como objetivo diminuir o volume de entulhos descartados de forma inadequada e promover a sustentabilidade nas construções públicas, alinhando Joinville às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
De acordo com o vereador, a utilização de materiais reciclados em obras públicas representa uma alternativa sustentável e econômica. Isso porque a produção desses materiais costuma ser mais barata do que a de insumos novos, além de reduzir a extração de recursos naturais, contribuindo para a preservação ambiental.
A justificativa da proposta destaca ainda que diversas cidades brasileiras já aplicam esse tipo de prática, com resultados positivos tanto para o meio ambiente quanto para a eficiência das obras.
Entre os materiais que podem ser reaproveitados estão: concreto, asfalto, brita, areia, madeira e produtos de isolamento reciclados.
O vereador Henrique Deckmann iniciou o projeto em 2021, realizando diversas pesquisas ao longo do processo.
“Foram quase dois anos de estudos para avaliar a viabilidade do uso de materiais reciclados em obras públicas, garantindo que a iniciativa fosse sustentável, segura e eficaz antes de ser colocada em prática”, informa o vereador.
Como funciona o processo de triagem dos resíduos
O vereador Henrique Deckmann visitou nesta segunda-feira, 6, um dos locais que realizam a separação dos resíduos da construção civil em Joinville.
A empresa Terraplenagem Medeiros realiza um trabalho detalhado de triagem, que envolve identificação, separação e reaproveitamento dos materiais recebidos.
O engenheiro ambiental Israel Farias explica que o processo começa com o cadastro do transportador e a conferência da documentação exigida, como o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), emitido pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA).
Após o descarregamento, o material é analisado por câmeras de monitoramento e direcionado conforme sua composição. “Se for alvenaria, vai para a parte da alvenaria; se for madeira, vai para a madeira; se for argila, para a argila”, explicou.
Quando há mistura de resíduos, a carga é levada a um espaço específico, onde ocorre a separação manual antes do tratamento.
Durante essa etapa, a equipe também encontra outros materiais, como PVC, alumínio, cobre e lixo orgânico de obra, que precisam ser separados e encaminhados corretamente.
Em casos de resíduos perigosos, como amianto, o descarregamento pode ser recusado, e o material é destinado a aterros industriais.
Israel explica que os materiais de alvenaria passam por britagem e peneiramento, transformando-se em mais três subprodutos: areia reciclada, saibro tratado e brita, que voltam ao mercado como matéria-prima para venda.
Já a madeira é triturada e convertida em cavaco, pequenos pedaços usados como biomassa para caldeiras.
Ele ainda destacou que a empresa atende principalmente transportadores de entulho e empresas de terraplanagem, mas também recebe resíduos de construtoras e pequenos geradores.
Todo o processo, segundo ele, busca garantir o reaproveitamento máximo dos materiais e reduzir o descarte incorreto de resíduos recicláveis.
O vereador Henrique Deckmann afirmou que a palavra “lixo” está escrita desde o primeiro dia de mandato no quadro de desafios do gabinete. Segundo ele, a equipe tem trabalhado para reduzir a quant…