A Polícia Civil de Joinville instaurou inquérito para investigar a igreja evangélica Catedral Imagem e Semelhança e seu líder religioso, acusado recentemente de traição, por suspeitas de estelionato, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.
Além do pastor, a bispa e familiares também são alvos da apuração.
As denúncias, apresentadas por fiéis, apontam que parte do dinheiro arrecadado pela comunidade religiosa teria sido utilizado em benefício pessoal dos líderes.
Segundo os relatos, além dos dízimos, a principal forma de arrecadação era por meio dos chamados “carnês de votos”, que variavam de R$ 500 a R$ 1 mil, supostamente destinados à compra de bens para a igreja, como ônibus e imóveis.
Fiéis afirmam, no entanto, que os valores arrecadados eram muito superiores aos necessários.
Um exemplo citado é o de um ônibus que teria custado R$ 200 mil, enquanto a arrecadação teria ultrapassado R$ 3 milhões.
O restante do dinheiro, segundo os denunciantes, teria sido direcionado para empresas ligadas à família do pastor.
Outra propriedade adquirida com recursos das doações, uma chácara, já foi alvo de operação policial que constatou maus-tratos a animais.
O grupo de fiéis teme que o bem seja vendido em benefício pessoal, em vez de permanecer vinculado à igreja.
Os denunciantes também questionam a falta de transparência financeira e apontam que a direção da instituição era restrita ao pastor, à bispa e à família dela.
Eles afirmam que os líderes acumulavam bens de alto valor, como apartamentos em Itapema, casa em condomínio de luxo em Joinville e veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão.
As suspeitas se intensificaram após o episódio de traição, revelado durante um culto em junho, quando fiéis também passaram a cobrar explicações sobre a origem do patrimônio.
Parte dos bens de luxo, como um carro esportivo e jet skis, teria sido vendida recentemente.
O caso foi levado ao Ministério Público de Santa Catarina, que instaurou uma Notícia de Fato e solicitou investigação formal. A Polícia Civil confirmou que o inquérito corre sob sigilo.
A reportagem do NSC entrou em contato com a igreja por meio da bispa, mas não obteve posicionamento.
O pastor também foi procurado, mas não respondeu às tentativas de contato.