Após a desocupação do prédio invadido no bairro Ressacada, em Itajaí, integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) continuam utilizando as redes sociais para divulgar mensagens de enfrentamento político e reforçar o discurso de que “ocupar é um direito”.
Segundo relatos publicados pelo grupo, durante o período em que permaneceram no imóvel abandonado, foram organizados espaços improvisados, como uma “cozinha coletiva” e uma “creche”, além da intenção de construir banheiros e quartos. Mesmo acompanhada de perto pela Polícia Militar, a saída do local foi classificada pelos militantes como “repressão”, com acusações de pressão da prefeitura para retirada das famílias.
Representantes do movimento afirmam que, como contrapartida, conseguiram marcar uma reunião com a Secretaria de Assistência Social do município, onde estaria prevista a inclusão das famílias em programas habitacionais. O grupo, no entanto, mantém o tom de cobrança, afirmando que “as promessas da prefeitura serão cobradas”.
Em vídeos divulgados nas redes, os militantes associaram a invasão ao feriado de 7 de Setembro, dizendo ter “construído a independência com as próprias mãos”. Em outra publicação, celebraram a ação como a “primeira ocupação predial em Itajaí em muitos anos”, destacando que teria sido “amplamente reconhecida na cidade”.
A ocupação fez parte de uma campanha nacional do MLB intitulada “Não há independência nem soberania sem direito à moradia”, que, segundo o movimento, promoveu 18 ocupações em diferentes regiões do país no mesmo dia.
Mesmo após a desocupação, os integrantes afirmaram que irão participar da reunião com a prefeitura para “exigir seus direitos” e prometeram manter erguida a bandeira da causa: “Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito”.
Fonte Original : Jornal Razão