O 2º Seminário de Gestão de Recursos de Defesa, promovido pela Escola Superior de Guerra, CONDEFESA/FIESC e Ágora Tech Park, reuniu empresários, lideranças das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha), acadêmicos e setores governamentais para apresentar as oportunidades estratégicas para a indústria, com foco na Base Industrial de Defesa (BID) e nas políticas de fortalecimento da capacidade nacional.
Com o tema central: “Oportunidades estratégicas para a Indústria”, o evento teve o objetivo de aproximar o mercado de defesa do Brasil da indústria, mostrando como ambos podem se conectar em tecnologia, produção e novos negócios.
O encontro aconteceu na quarta-feira (dia 26/11) no Ágora Tech Park, em Joinville, e reforçou a relevância de Santa Catarina no ecossistema de inovação e defesa.
Para a Executiva do Conselho de Desenvolvimento das Indústrias de Defesa de SC (CONDEFESA), Luciane Camilotti, é importante desenvolver soluções em conjunto.
“Os desafios são constantes e surgem em diversos setores e só podem ser enfrentados com colaboração, financiamento adequado e articulação entre instituições”, destaca ela. A intenção, segundo Luciane, é buscar soluções permanentes, já que essas questões exigem atenção contínua e respostas estruturadas.
A programação destacou três pilares: conhecer a indústria de defesa e suas características; entender os projetos estratégicos do país; e mostrar como as empresas podem acessar financiamentos e participar das cadeias produtivas do setor.
A abertura do seminário contou com a palestra proferida pela Secretária-Adjunta de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Juliana Larenas, que apresentou as políticas nacionais para fomentar conteúdo local, inovação e competitividade internacional.
Ela detalhou a atuação da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD), vinculada ao Ministério da Defesa, responsável por integrar ciência, tecnologia, indústria e exportação.
A estrutura é composta por departamentos que fomentam inovação e apoiam exportações, essenciais para gerar escala e manter a competitividade.
“O papel do Ministério é classificar os produtos estratégicos e fomentar a aproximação das empresas com as Forças Armadas”, explica.
A programação da manhã contou com um painel reunindo representantes da Ass. Bras. das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE) e Ass. Bras. da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) para discutir o funcionamento da Base Industrial de Defesa, suas necessidades, gargalos e oportunidades.
Ainda pela manhã, aconteceu a assinatura de um Termo de Cooperação entre o Ágora Tech Park e a Agência Espacial Brasileira, consolidando parcerias para o desenvolvimento de tecnologias sensíveis e projetos espaciais.
Já no período da tarde, aconteceu o segundo painel com o tema: “Projetos Estratégicos das Forças Armadas — oportunidades para a indústria catarinense”, reuniu os gestores da Escola Superior de Guerra, dos Projetos Estratégicos do Exército Brasileiro, da Aeronáutica e da Marinha do Brasil.
Além disso, o terceiro painel com o tema:
“Políticas de conteúdo local e sua aplicação na BID — recursos e fomentos” foi realizado um painel com gestores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai SC/EMBRAPII), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC (Fapesc) para discutir financiamentos, políticas de conteúdo local e mecanismos de fomento capazes de impulsionar empresas rumo ao desenvolvimento de tecnologias críticas.
O seminário terminou com uma série de debates ricos em insights e networking qualificado, reforçando Santa Catarina como um território fértil para inovação em defesa, tecnologias dual-use e novas oportunidades industriais.
