O Banco Itaú confirmou o encerramento definitivo de duas agências em Santa Catarina, localizadas em Porto União e Mafra.
As unidades deixarão de funcionar entre agosto e setembro, como parte de um amplo processo de reestruturação nacional da instituição financeira.
A decisão preocupa clientes que dependem do atendimento presencial, como aposentados, pequenos comerciantes e moradores de áreas rurais, além de gerar impactos trabalhistas.
O que diz o Itaú
Em nota, o banco afirmou que realiza avaliações constantes sobre a rede física, com o objetivo de adequá-la ao comportamento dos clientes, cada vez mais migrando para canais digitais, como aplicativos e internet banking.
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Porto União: a agência 0640 será encerrada em 18 de setembro. O atendimento será transferido para a unidade 3861, em União da Vitória (PR), a cerca de 2 km de distância.
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Mafra: a agência 0633 será substituída pelo atendimento na unidade 7932, em Rio Negrinho. Segundo o banco, os funcionários serão realocados.
Reestruturação nacional
O fechamento em Santa Catarina integra um movimento mais amplo. Em 2024, o Itaú já desativou 227 agências em todo o país, número superior à média anual de 200 registrada em anos anteriores.
O fenômeno é generalizado no setor: somente neste ano, os cinco maiores bancos do Brasil (Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Santander) já encerraram 1.774 pontos de atendimento. Desde 2014, mais de 6.500 agências foram fechadas em território nacional, impulsionadas por estratégias de digitalização e redução de custos.
Reação sindical
A decisão gerou resposta imediata da Federação dos Bancários de Santa Catarina (FEEB-SC). O presidente da entidade, Armando Machado Filho, afirmou que entrou em contato com representantes do Itaú para cobrar esclarecimentos e exigir medidas que minimizem os impactos sociais e trabalhistas.
“Não podemos aceitar que decisões estratégicas sejam tomadas sem considerar os efeitos devastadores para os trabalhadores e para as comunidades que dependem desses serviços. O Itaú precisa apresentar soluções concretas”, declarou.
Ele também reforçou a necessidade de alternativas para realocação dos funcionários e de garantir acesso bancário inclusivo, sobretudo em regiões dependentes das agências físicas.
Digitalização e exclusão bancária
Embora os bancos justifiquem os fechamentos com a baixa rentabilidade das unidades e a migração para o digital, sindicatos e especialistas alertam para os riscos da exclusão bancária. Idosos e pessoas com menor familiaridade tecnológica podem ter dificuldade em acessar serviços exclusivamente online.
“Esse é um movimento que está acontecendo em todos os bancos. As novas tecnologias e a busca por maiores lucros estão entre as principais causas do desemprego e da desassistência à população”, completou Armando Machado.
Próximos passos
A FEEB-SC informou que continuará acompanhando o caso e pretende intensificar a mobilização em defesa dos empregos e da manutenção do atendimento presencial nas comunidades afetadas.
