As perdas causadas por ligações clandestinas, adulterações em medidores e desvios de energia continuam sendo um desafio para a Celesc.
Em 2024, a companhia registrou prejuízo de R$ 228,4 milhões com esse tipo de irregularidade — o quarto maior entre as grandes distribuidoras do país.
Os dados são de um relatório divulgado recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O levantamento considera como perdas não técnicas toda energia gerada que é distribuída, mas que, por fraudes ou irregularidades, não é faturada.
A Aneel estima que, em todo o Brasil, esse tipo de perda somou R$ 10,3 bilhões no último ano.
A maior parte desse valor está concentrada em grandes concessionárias, com destaque para a Light (RJ), que lidera o ranking com R$ 1,13 bilhão em prejuízos, seguida por Amazonas Energia (AM) e Enel RJ.
A Celesc informou que está avaliando os números internamente e que os índices de perda se mantêm em níveis semelhantes aos anos anteriores, principalmente em função do furto de energia.
A companhia também destacou que parte do valor identificado no relatório diz respeito à ausência temporária de faturamento para cerca de 1,5% dos clientes, devido à transição para um novo sistema comercial no fim de 2024.
Segundo a empresa, os consumidores impactados não foram penalizados com cortes no fornecimento ou cobranças de juros.
Eles estão recebendo novas faturas com prazos estendidos para pagamento, o que deve ser refletido positivamente nos próximos relatórios, reduzindo os indicadores de perdas não técnicas.
Como medida de combate ao furto de energia, a Celesc tem investido na instalação de medidores inteligentes, que permitem monitoramento em tempo real e cortes remotos, além do uso de equipamentos que identificam fraudes de forma menos invasiva.
Equipes especializadas também têm atuado em áreas com histórico de irregularidades.
Confira o ranking das maiores perdas entre distribuidoras de energia em 2024:
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Light (RJ) – R$ 1,13 bilhão
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Amazonas Energia (AM) – R$ 769,7 milhões
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Enel RJ – R$ 259,6 milhões
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Celesc (SC) – R$ 228,4 milhões
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Neoenergia PE – R$ 200,5 milhões
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Enel SP – R$ 197,3 milhões
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Enel CE – R$ 177,6 milhões
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CPFL Paulista – R$ 137,9 milhões
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Energisa MT – R$ 97,2 milhões
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CPFL Piratininga – R$ 80,1 milhões
Fonte: Aneel / NSC Total