Uma estudante do interior de Luzerna, no Meio-Oeste catarinense, foi surpreendida ao ser listada como detentora de um patrimônio superior a R$ 800 milhões em um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC).
O caso faz parte de uma apuração sobre possíveis irregularidades no programa Universidade Gratuita.
Segundo a Secretaria de Estado da Educação (SED), a jovem cursa Direito na Unoesc e pertence a uma família de agricultores.
Ela foi uma das 18 estudantes que, conforme o relatório, teriam patrimônios milionários.
No entanto, o governo do estado esclareceu que os valores foram distorcidos por erros de digitação durante o preenchimento dos dados — especialmente por falhas na colocação de vírgulas nos formulários.
A Secretaria está finalizando um relatório técnico para responder formalmente ao TCE-SC e reforçou que a estudante vive com o apoio da família e de um estágio remunerado.
Mesmo com a confirmação dos erros, o Governo do Estado solicitou uma investigação mais ampla sobre os mais de 50 mil beneficiários do Universidade Gratuita, com o objetivo de garantir a transparência do programa.
A Polícia Civil foi acionada para apurar possíveis fraudes.
Em nota, o TCE-SC afirmou que os apontamentos feitos pela SED confirmam falhas graves nos mecanismos de controle da execução do programa.
O Tribunal segue investigando o caso sob sigilo e promete responsabilizar tanto beneficiários quanto agentes públicos, caso sejam comprovadas irregularidades.
Um relatório anterior do TCE já havia revelado que mais de 1.200 estudantes considerados “milionários” foram contemplados indevidamente pelo Universidade Gratuita e pelo Fumdesc, sendo 19 com patrimônio declarado acima de R$ 200 milhões.
Uma auditoria do Tribunal apontou indícios de irregularidades em 44% das bolsas concedidas.
As investigações contam com a participação da Polícia Civil, Ministério Público, Assembleia Legislativa e Controladoria-Geral do Estado.