Criado em 2023, o programa Universidade Gratuita deve alcançar a marca de 70 mil vagas de ensino superior em quatro anos.
O Governo do Estado vai investir R$ 1,2 bilhão no período. Idealizada pelo governador Jorginho Mello, a iniciativa busca dar oportunidade para que os menos favorecidos economicamente possam frequentar uma universidade.
E, mais que isso, que cursem a formação dos sonhos, sem frustrações e resguardando o orçamento doméstico da família do estudante.
E ao oferecer oportunidades para todos os catarinenses, o Universidade Gratuita muda o perfil das universidades e trabalha a inclusão social.
No curso de Música da Univali, em Itajaí, existe um exemplo disso.
A jovem Mariana Alves Cândido, de 21 anos, é deficiente visual, perdeu a visão por um problema congênito, nasceu prematura pesando apenas 800g e os médicos não acreditavam que ela sobreviveria.
Mas ela vingou, cresceu, se tornou uma garota inteligente e curiosa que se interessa por notas musicais, melodias e compassos, do violão à bateria, do canto ao teclado, sempre com um grande sorriso no rosto.
“É muito bom fazer o Universidade Gratuita porque sem ele eu não conseguiria estar aqui nesse curso. Porque era muito difícil para minha mãe e meu pai poder me ajudar todo mês com a faculdade.
E daí, quando surgiu essa oportunidade, a gente resolveu fazer. Música é o que eu gosto, o que eu me sinto feliz fazendo.
Eu quero ser uma musicista, tocar em vários lugares”, diz Mariana, que também estuda francês para no futuro cruzar fronteiras internacionais com seu talento.
A professora Giana Cervi dá aulas de canto para Mariana e reconhece no Universidade Gratuita uma chance de abrir o espaço acadêmico a quem não conseguiria arcar com os custos de uma formação superior.
“É essencial você oferecer essa possibilidade para pessoas que talvez se não tivessem esse recurso, não poderiam estudar. Um estudo de excelência onde ela tem acesso não só a questões musicais, a questão também de uma sala bem equipada, de uma universidade que oferece muitos recursos.
Então é muito importante, na verdade eu acho que vai ser o grande diferencial na vida dela para agora e pro futuro também”, esclarece a professora.
Somente no segundo semestre de 2024, mais de 23 mil estudantes foram beneficiados pelo Universidade Gratuita.
Todos eles, ao final do curso devem devolver ao estado uma contrapartida em forma de trabalho equivalente ao número de meses estudados e custeados com dinheiro público.
“Tem sido emocionante transitar pelos corredores das universidades e perceber tantas realidades se cruzando, realidades sentando lado a lado em sala de aula. o que a gente percebe é que essa experiência universitária está mais enriquecedora, mais interessante, mais profunda e mais humana.
E o ciclo virtuoso que o programa propõe faz com que toda a comunidade catarinense acabe sendo impactada.
Porque esse aluno vem para universidade, adquire o conhecimento e devolve para comunidade na forma da contrapartida”, explica a coordenadora de Atenção ao Estudante da Univali, Fátima Catarina Barbi.