segunda-feira,

30/12/2024

Joinville/SC

Como é viver com transtornos de aprendizagem

Joinville sedia 2º Simpósio de Educação Inclusiva

No sábado, 24 de agosto, o Instituto You.up vai promover em Joinville a segunda edição do Simpósio de Educação Inclusiva.

O evento foi pensado para atrair e instruir a cadeia de profissionais envolvidos no tratamento de dislexia, discalculia e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).

Veja a programação completa e como se  inscrever nesta página.  

“Mais do que um evento, o simpósio é um convite à reflexão e à ação, para que juntos possamos construir uma sociedade onde todas as crianças tenham a chance de aprender e prosperar, independentemente de suas dificuldades”, destaca Vanessa Bertani, fundadora do Instituto You.up.

Da parte relacionada ao diagnóstico, saúde e acompanhamento familiar, são esperados neurologistas e psiquiatras infantis, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e assistentes sociais.

Do lado que se refere à educação e promoção do indivíduo, o evento deve receber educadores físicos, orientadores educacionais. pedagogos e psicopedagogos, professores, auxiliares de ensino, administradores escolares e coordenadores pedagógicos.

COLABORAÇÃO INTERDISCIPLINAR

Estudiosos afirmam que a chave para um bom atendimento é a comunicação eficaz entre todos esses profissionais.

Reuniões regulares para discutir o progresso do paciente, ajustes nas intervenções e a troca de informações são essenciais para garantir que as necessidades de cada um sejam plenamente atendidas.

Essa abordagem integrada permite que as intervenções sejam coordenadas e que cada aspecto do desenvolvimento da criança ou adolescente seja captado de maneira holística, maximizando as chances de sucesso acadêmico, emocional e social.

REFLEXOS DA IGNORÂNCIA

Pessoas com dislexia, discalculia e TDAH frequentemente enfrentam bullying, discriminação e estigmatização, especialmente quando suas condições não são compreendidas e quando são desconhecidos os seus direitos educacionais e de saúde, incluindo adaptações nos processos de ensino e aprendizagem.

Essa falta de compreensão e apoio faz surgir uma série de efeitos emocionais e psicológicos negativos.

Devido às dificuldades de aprendizagem e comportamentais, essas pessoas são comumente vistas como “diferentes” ou “menos capazes”, tornando-se alvos fáceis.

Passam a ser comuns registros de zombarias, apelidos pejorativos, exclusão social, e, em casos mais graves, agressão física.

Falta de conhecimento sobre dislexia, discalculia e TDAH gera rotulação injusta dessas pessoas como “preguiçosas”, “desatentas” ou “desorganizadas”.

O preconceito e a discriminação afloram tanto da parte de colegas quanto da de adultos, incluindo professores e familiares.

SAÚDE MENTAL

O bullying e a percepção de ser “diferente” minam a autoestima.

Nesse cenário, crianças e adolescentes começam a se ver como “atrasadas”, afetando ainda mais o desempenho escolar e social.

Junte-se a isto a desassistência e temos um quadro completo de desapontamento com a vida.

A experiência constante de fracasso, críticas e isolamento levam ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão, com a pressão para “se encaixar” ou atingir padrões estudantis considerados “normais”.

Não é incomum que estresse pós-traumático se desenvolva ou piore com o tempo se as dificuldades emocionais e psicológicas não são tratadas.

Dificuldades não resolvidas durante a infância e adolescência não desaparecem na vida adulta. Manter-se no emprego e estabelecer relacionamentos saudáveis são desafios diários.

FUGA

Ser constantemente comparado com colegas que não têm as mesmas dificuldades leva ao sentimento de inadequação, inutilidade e desânimo.

Daí é um passo para começarem a se isolar socialmente na esperança de evitar situações dolorosas.

Esse isolamento destrói o senso de pertencimento e cria um ciclo de solidão e exclusão.

Faltar à escola, não entregar lições de casa, recusar-se a participar de atividades em grupo, tudo é feito para fugir de situações em que possam ser ridicularizadas.

A repetida percepção de que nunca serão bem-sucedidas culmina com perda de interesse pelo aprendizado, resultando em abandono escolar em casos mais extremos.

Ainda pior, algumas pessoas reagem à frustração e à incompreensão com comportamentos desafiadores ou rebeldes, como forma de expressar raiva ou como mecanismo de defesa contra a dor emocional.

MELHORES PRÁTICAS NAS ESCOLAS

Com conscientização, aceitação e intervenções eficazes é possível minimizar esses efeitos e ajudar essas pessoas a desenvolverem todo o seu potencial, vivendo de forma plena e satisfatória.

É crucial que escolas, famílias e a comunidade em geral sejam educadas sobre dislexia, discalculia e TDAH.

Que compreendam as características desses transtornos e a importância de criar um ambiente inclusivo, que valorize a diversidade de estilos de aprendizagem e ofereça suporte adequado para todos os alunos.

Intervenções educacionais, terapêuticas e psicológicas precoces podem ajudar a mitigar os efeitos negativos, proporcionando às pessoas com essas condições as ferramentas e estratégias necessárias para superar suas dificuldades.

“A educação transforma vidas, amplia horizontes e gera oportunidades para um futuro pleno, digno e que contribui para a renovação da sociedade, criando um mundo mais justo, inclusivo e próspero”, complementa Vanessa Bertani.

DEFINIÇÕES

Dislexia é um distúrbio de aprendizagem caracterizado por dificuldades na leitura, escrita e ortografia.

Apesar de ser uma condição que afeta a capacidade de processar a linguagem escrita, a dislexia não está relacionada à inteligência geral da pessoa.

Discalculia é um transtorno de aprendizagem que afeta a habilidade de uma pessoa para entender e realizar cálculos matemáticos.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de uma pessoa de manter a atenção, controlar impulsos e, em muitos casos, regular o nível de atividade física (hiperatividade).

INCLUSÃO EDUCACIONAL NO PODCAST CAMINHO DO MEIO

Cleide Hoffmann, gestora técnica do Instituto You.up, estará no programa desta segunda.

Em Joinville, o Instituto You.Up, organização privada sem fins lucrativos, tem se dedicado a transformar barreiras em oportunidades, promovendo a inclusão e o desenvolvimento de crianças e adolescentes que enfrentam essas dificuldades.

Com equipe especializada, o Instituto oferece suporte educacional a crianças e adolescentes que apresentam transtornos como dislexia, discalculia e TDAH, desde que matriculadas em escolas públicas ou como bolsistas integrais em instituições privadas.

SERVIÇO

O quê? Podcast Caminho do Meio, com Geraldo Lion
Quando? Segunda, 19 de agosto de 2024, 20 horas, ao vivo
Onde? Redes do Portal Aconteceu em Joinville: YouTube, Facebook e Instagram

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