Com o feriado se aproximando, os joinvilenses e visitantes têm um motivo a mais para visitar o Zoobotânico de Joinville.
É que o local conta com dois novos moradores, os cachorros-do-mato Otto e Francisca, que recentemente passaram a habitar um dos recintos do parque.
No ano passado, ainda filhotes, os irmãos foram encontrados sem a presença da mãe, na área rural de Joinville.
Os pequenos foram resgatados e levados para uma clínica veterinária, onde passaram por exames, tratamento de desverminação e foram vacinados.
Depois desse período, com autorização do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), foram encaminhados para o Parque Zoobotânico de Joinville, onde chegaram no mês de dezembro.
“Fizemos com o Otto e a Francisca um trabalho de ambientação e condicionamento para eles se ambientarem com funcionários, ajudando no manejo e em procedimentos como coleta de sangue e curativos. Para esse trabalho de condicionamento, eles ficaram na ala extra do parque”, explica a veterinária Camila de Britto Curvello, coordenadora do Parque Zoobotânico de Joinville.
Depois desse período, os irmãos foram alocados em um dos recintos e, hoje, passam pelo processo de adaptação com o vizinho Alfredo, outro cachorro-do-mato que já mora no parque há mais tempo.
Para que a adaptação ao novo lar ocorra da melhor forma possível, os irmãos recebem atenção especial, como explica Camila.
“Eles são filhotes e ainda estão na fase de exploração. Por isso, fazemos um trabalho de enriquecimento com alimentos diferentes, cheiros diferentes, brinquedos, para que eles tenham experiências sensitivas e tempo de se distrair, como seria na mata”.
Sobre a possível reinserção de Otto e Francisca em seu habitat natural, a veterinária explica que eles foram resgatados muito pequenos, passaram todo esse período sob cuidados humanos e hoje, para reintroduzi-los na vida livre, seria muito difícil porque já estão muito ambientados com os humanos.
O Parque Zoobotânico fica na rua Pastor Guilherme Rau, 462, no Bairro Saguaçu.
O funcionamento é de terça-feira a domingo, das 9h às 17h.
Além de cachorros-do-mato, o local abriga outros animais da fauna silvestre como macacos, araras e outras aves e jacaré.
A visitação é gratuita.
Cachorros-do-mato não são domésticos
O Cerdocyon thous, popularmente conhecido como cachorro-do-mato ou graxaim, é um canídeo nativo da Mata Atlântica.
Possui hábitos crepusculares (ao amanhecer e anoitecer) e se alimenta de pequenos vertebrados, ovos, frutas e vegetais.
Uma das suas características é a urina com forte odor, utilizada pelos animais para demarcar o seu território.
Por ser um animal silvestre, o cachorro-do-mato deve viver na natureza, não sendo introduzido em ambiente doméstico.
“Se a pessoa se deparar com um cachorro-do-mato adulto, que esteja visivelmente ativo, em boas condições de saúde, não deve mexer nele. Se forem filhotes ou estiverem machucados, deve-se solicitar o resgate. Não pode levar o cachorro-do-mato para casa. Eles são animais silvestres, de vida livre e devem estar em seu habitat”, orienta Camila.
