segunda-feira,

18/08/2025

Joinville/SC

Bebês recebem antídoto contra veneno de cobra por engano em hospital de Canoinhas

Onze recém-nascidos receberam por engano um soro antiofídico — usado no tratamento de picadas de cobra — no lugar da vacina contra hepatite B em Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina.

O caso aconteceu na maternidade do Hospital Santa Cruz, unidade privada do município, na última sexta-feira (11).

Até o momento, os bebês não apresentaram reações adversas.

O medicamento aplicado foi uma dose de 0,5 ml de imunoglobulina heteróloga, soro destinado a neutralizar toxinas de serpentes como jararacas e jaracuçus.

A dose é consideravelmente menor do que a utilizada em tratamentos de acidentes ofídicos, que geralmente exigem cerca de 30 ml.

A situação foi comunicada à Secretaria Municipal de Saúde na segunda-feira (14) pela Regional de Saúde de Mafra.

Segundo a prefeitura de Canoinhas, a responsabilidade pela aplicação dos medicamentos é do hospital, já que o procedimento ocorreu dentro da maternidade.

O hospital informou que instaurou uma sindicância interna para apurar o erro.

Em nota, a direção afirmou que todas as famílias foram acolhidas e os bebês seguem estáveis e em monitoramento.

Nenhum dos recém-nascidos está internado.

A prefeita Juliana Maciel determinou a contratação de uma auditoria externa para investigar o episódio.

A Vigilância Epidemiológica de Canoinhas está acompanhando os recém-nascidos, que seguirão sendo monitorados nos próximos dias.

O hospital, que recebe recursos do SUS via repasse de aproximadamente R$ 1 milhão por mês da prefeitura, reiterou seu compromisso com a transparência e a segurança dos pacientes.

O que é o soro aplicado?

Segundo o Instituto Butantan, o soro antibotrópico é indicado para pacientes picados por serpentes do gênero Bothrops (como jararaca, urutu, jaracuçu) ou Crotalus (cascavel).

Ele pode causar reações adversas em até 24 horas após a aplicação, mas geralmente os efeitos são leves.

Em casos mais raros, pode provocar reações graves como choque anafilático, o que ocorre em menos de 0,1% dos pacientes.

Apesar da gravidade do erro, a resposta rápida das equipes e o acompanhamento contínuo dos bebês têm evitado complicações.

O caso segue sendo investigado por autoridades de saúde municipal e estadual.

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