quinta-feira,

20/11/2025

Joinville/SC

Prefeito de Garuva pode ter o maior salário do Brasil

Vereador aliado propõe projeto que eleva o salário do prefeito de Garuva para R$ 42,3 mil

A Câmara Municipal de Garuva, no Norte de Santa Catarina, analisa um projeto de lei que pode elevar o salário do prefeito para R$ 42.390,00, valor superior ao recebido pelos chefes do Executivo de todas as capitais brasileiras.

O Projeto de Lei  é de autoria dos vereadores Reginaldo Mews Rosa (PL) e Helena Aparecida Costa Chaves, ambos da Mesa Diretora e aliados do prefeito Tino Bitencourt (PL).

Salário acima de capitais e próximo ao teto constitucional

O texto altera a Lei Ordinária e aproxima o subsídio do prefeito ao teto constitucional, equivalente ao salário de um ministro do STF, atualmente em R$ 46.366,19.

Se aprovado, o valor em Garuva superará, por exemplo, o salário do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que recebe R$ 38.039,38, e ficará a menos de R$ 4 mil da remuneração do presidente da República.

Justificativas apresentadas pelos autores

Na exposição de motivos, os vereadores afirmam que o reajuste busca:

  • adequar a remuneração do Executivo municipal aos padrões nacionais;

  • garantir conformidade com o teto constitucional;

  • responder a demandas administrativas apresentadas por servidores;

  • atender a um pedido protocolado pela classe médica em 21 de outubro, que sugeria revisão das políticas remuneratórias do município.

Prefeitura nega autoria

Em nota, a Prefeitura de Garuva afirmou que não é autora da proposta e que todas as justificativas estão contidas no projeto, de iniciativa exclusiva dos vereadores.

O Executivo declarou ainda que a responsabilidade por estudos de impacto orçamentário é da Câmara e que a associação entre o pedido da classe médica e o aumento salarial “foi feita pelos autores do projeto, não pelo Executivo”.

Prefeito diz que não participou, mas assinou documento técnico

Em vídeo divulgado nesta quarta-feira, o prefeito Tino Bitencourt afirmou que não participou da elaboração do projeto e pediu publicamente que os vereadores retirem a proposta.

Apesar da declaração, documentos anexados ao processo mostram que o prefeito assinou a Declaração do Ordenador de Despesas, datada de 14 de novembro de 2025 — etapa obrigatória para qualquer projeto que gere aumento de despesa.


A assinatura confirma que há disponibilidade orçamentária e que o reajuste não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, permitindo que o projeto avance na Câmara.

Projeto também prevê abono de Natal

O vereador Reginaldo Mews Rosa também apresentou um Projeto que autoriza o pagamento de um abono natalino de R$ 3.300,00 aos servidores efetivos e comissionados da Câmara Municipal.

O pagamento seria realizado em dezembro, em parcela única.

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