A empresa Artefama, de São Bento do Sul, surpreendeu seus funcionários nesta quarta-feira (17) ao anunciar uma demissão em massa.
Segundo informações oficiais, mais de 100 colaboradores foram desligados, enquanto o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sindusmobil) estima que o número chegue a quase 400.
O corte está relacionado ao cenário desfavorável do mercado internacional, agravado pelas tarifas impostas recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicanos), sobre produtos brasileiros.
Em nota publicada nas redes sociais, a Artefama afirmou que a medida foi “difícil, mas necessária” para manter a operação viável e preparar a empresa para “um novo ciclo de crescimento”.
A companhia também informou que está reorganizando processos internos e buscando novos mercados para retomar gradualmente a produção e, no futuro, voltar a gerar empregos.
O presidente do Sindusmobil, Luiz Carlos Pimentel, destacou que a situação é preocupante para o setor moveleiro da região, já que não houve avanços nas negociações entre os governos do Brasil e dos EUA para reverter o tarifaço.
Medidas de apoio
Para reduzir os impactos das tarifas, o governo federal lançou o programa “Brasil Soberano”, que prevê uma linha de crédito de R$ 30 bilhões e incentivos para adaptação das empresas.
Em paralelo, o governo de Santa Catarina anunciou medidas como a postergação do ICMS por três meses e linhas de financiamento subsidiadas.
Mesmo assim, Pimentel alerta que os pacotes de ajuda podem apenas amenizar a crise, mas não resolvem o problema estrutural:
“As demissões tendem a ocorrer. Algumas empresas não têm outra saída a não ser ajustar seus custos e o quadro de funcionários”, disse.
Atualmente, São Bento do Sul é uma das cidades catarinenses líderes em exportação de móveis, com forte dependência do mercado norte-americano e europeu.
