quinta-feira,

11/09/2025

Joinville/SC

Empresa investigada por desvio de doações em faturas da Celesc atuava para 15 entidades em SC e outros estados

A Polícia Civil de Santa Catarina investiga uma empresa terceirizada suspeita de desviar doações feitas por meio das faturas de energia da Celesc.

O esquema, segundo a corporação, atingia pelo menos 15 entidades filantrópicas dentro e fora do estado, incluindo três hospitais em Joinville, Blumenau e Brusque.

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Na última semana, três pessoas foram presas na Operação Falso Samaritano, entre elas o empresário Slaviero Mario Bunn, responsável pela Slaviero Benefits, empresa joinvilense especializada em captação de recursos para instituições beneficentes.

Como funcionava o esquema

A empresa intermediava doações autorizadas pelos consumidores para entidades como hospitais, APAEs, Corpo de Bombeiros Voluntários e outras organizações sociais.

No entanto, segundo a investigação, eram utilizados códigos incorretos nos repasses, fazendo com que os valores fossem destinados a instituições diferentes das escolhidas pelos doadores.

Além disso, a empresa teria inserido cobranças não autorizadas nas faturas de energia. Em dois anos e meio, apenas R$ 800 mil chegaram às entidades, enquanto cerca de R$ 4 milhões teriam sido desviados.

Entre as vítimas confirmadas estão o Hospital Bethesda, em Joinville, o Hospital Misericórdia, em Blumenau, e o Hospital Azambuja, em Brusque.

Entidades fictícias e desvio de recursos

Durante a investigação, a polícia também identificou ao menos sete CNPJs usados no esquema, incluindo um suposto grupo de escoteiros que, segundo o delegado Rafaello Ross, não possuía vínculo oficial com a União de Escoteiros do Brasil e apresentava estrutura precária.

O contrato firmado previa que 94% do valor das doações ficasse com a empresa terceirizada, o que levantou suspeitas.

Defesa e posicionamentos

Em nota, a Celesc informou que não participa da gestão nem da destinação dos valores arrecadados, atuando apenas como meio de cobrança e repasse às entidades conveniadas.

A companhia destacou ainda que já havia reforçado mecanismos de controle antes mesmo da operação policial, incluindo a notificação aos consumidores sempre que há inclusão de doações na fatura.

A defesa dos investigados ainda não se manifestou. O inquérito segue em andamento e está sob sigilo.

Fonte Original NSC

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