As obras da Ponte Joinville, nos bairros Boa Vista e Adhemar Garcia, continuam gerando debates entre vereadores, ambientalistas e moradores da região.
Na última semana, a Comissão de Urbanismo da Câmara Municipal voltou a discutir os impactos da construção sobre a fauna local, em especial as capivaras, que vivem nas áreas próximas à obra.
A vereadora Liliane da Frada (Podemos), autora do requerimento aprovado pela comissão, destacou a necessidade de medidas mitigatórias para proteger os animais silvestres, que estariam invadindo residências e atacando animais domésticos devido ao avanço da obra.
“As obras impactam o meio-ambiente, e os animais não sabem o que está acontecendo, e isso incomoda também as pessoas”, afirmou.
Segundo Camila Telles, supervisora dos Programas Ambientais da obra, a equipe de biólogos do consórcio responsável realiza cerca de 20 controles ambientais, incluindo monitoramento e, se necessário, salvamento de animais.
“No último monitoramento, foram identificadas nove ocorrências de capivaras na mata que circunda a obra. Isso comprova que o animal continua vivendo em seu habitat natural e que a obra não o espantou”, explicou a bióloga.
O Instituto do Meio Ambiente (IMA) reforçou que não recebeu reclamações sobre a presença dos animais na obra e que todos os licenciamentos ambientais estão em dia.
A prefeitura de Joinville também informou que a construção segue com cuidados específicos para minimizar impactos à fauna e ao ecossistema local, especialmente por se tratar de uma região de manguezal.
Recentemente, foi iniciada mais uma etapa de concretagem da rampa de acesso da ponte.
Por outro lado, o vereador Wilian Tonezi (PL) criticou a priorização do debate sobre a fauna silvestre em detrimento das demandas da população e cobrou uma previsão de entrega da ponte, que já acumula atraso de aproximadamente dez meses.
Ele afirmou que “as técnicas aplicadas foram imprescindíveis para a obtenção da licença ambiental e não há desmatamento que possa espantar os animais”, mas reforçou a necessidade de foco em prazos e cronogramas.
O embate entre Liliane da Frada e Wilian Tonezi evidencia a tensão entre preocupações ambientais e a pressão da população por agilidade na entrega da obra, que é considerada estratégica para a mobilidade urbana de Joinville.
Com a aprovação do ofício, representantes da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Sama, IMA e do consórcio de empreiteiras devem prestar esclarecimentos sobre os protocolos de mitigação ambiental adotados durante a execução do projeto.
Ver essa foto no Instagram
