Um viaduto localizado na SC-415, em São Francisco do Sul, segue como símbolo de abandono após 14 anos sem conclusão.
A estrutura, que faz parte do projeto do Contorno Ferroviário da cidade, começou a ser construída em 2011, mas foi paralisada pouco tempo depois.
Desde então, o local ficou conhecido popularmente como a “maior mesa de sinuca do mundo”.
Com trincas aparentes e comprometimento estrutural, o viaduto chegou a causar interdições na rodovia em julho deste ano, devido ao risco de desabamento.
Técnicos classificaram a obra como instável, levando motoristas a trafegar com restrições na região.
Apesar da situação, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) descartou a demolição.
Um laudo técnico preliminar apontou que a recuperação é viável, já que os danos foram provocados por fatores externos.
O órgão autorizou a contratação emergencial de serviços de restauração.
No dia 14 de agosto, engenheiros realizaram inspeções no local e instalaram equipamentos para monitorar a movimentação dos pilares por sete dias.
Os dados coletados servirão de base para o projeto executivo de recuperação da estrutura.
O DNIT informou ainda que o Termo de Referência para contratação semi-integrada – que inclui elaboração do novo projeto e execução da obra – já foi concluído.
A Licença Ambiental de Instalação está válida, parte das desapropriações foi feita e uma pequena parcela da obra chegou a ser executada antes da paralisação.
Risco e impacto na mobilidade
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), chegou a defender a demolição do viaduto.
“Aquilo trincou, comprometeu, não tem mais segurança e não está servindo para nada”, afirmou em entrevista à imprensa em julho. No entanto, a decisão final do DNIT foi pela recuperação.
A SC-415 é um dos principais acessos entre a BR-280 e as praias de São Francisco do Sul.
Caso concluído, o Contorno Ferroviário permitirá o cruzamento em desnível entre a rodovia e a linha férrea, reduzindo congestionamentos e aumentando a segurança viária — especialmente no entorno do porto.
Por enquanto, a obra segue sem data para conclusão definitiva, mas com a promessa de retomada após mais de uma década de espera.