Um auxiliar de sala de 34 anos foi preso preventivamente em Florianópolis, acusado de produzir e armazenar material de pornografia infantil dentro de uma creche da rede pública municipal.
De acordo com a Polícia Civil, parte dos arquivos encontrados foi registrada dentro da sala onde o suspeito trabalhava com crianças entre 4 e 6 anos de idade.
Pelo menos seis vítimas já foram identificadas.
A investigação aponta que o homem aproveitava momentos de menor supervisão, especialmente durante o horário de descanso dos alunos, para cometer os abusos.
Em um dos depoimentos, uma mãe relatou que o filho autista de 5 anos apresentou mudanças de comportamento por meses, até que relatou situações interpretadas posteriormente como abuso sexual.
A Polícia Científica classificou o material encontrado como de alta gravidade.
Os arquivos incluem milhares de fotos e vídeos, muitos gravados dentro da creche, com crianças uniformizadas.
Ainda segundo os investigadores, o suspeito também tentava antecipar suspeitas, justificando possíveis comportamentos das crianças como “mania de se tocar”, conforme apontam mensagens enviadas a familiares.
A imagem pública do investigado contrastava com os crimes denunciados. Pais e responsáveis descreveram-no como alguém carismático e próximo das famílias, o que dificultava qualquer suspeita sobre sua conduta.
“Ele usava as palavras certas, os discursos certos, e ninguém desconfiava. Só que agora a máscara caiu”, disse uma mãe.
A Prefeitura de Florianópolis informou que o servidor foi afastado imediatamente após a primeira denúncia, no início de junho, e que um processo administrativo foi aberto.
A Polícia segue analisando os dispositivos eletrônicos apreendidos e estima que o número de arquivos possa ultrapassar 10 mil.
O investigado responderá por crimes de pornografia infantil e estupro de vulnerável.