O hábito de ler na infância enfrenta desafios. Reflete uma realidade marcada por desigualdades sociais, econômicas e educacionais.
Pais e mães que leem para as crianças e possuem livros em casa tendem a criar um ambiente mais propício ao desenvolvimento de futuros leitores.
No entanto, muitas famílias brasileiras não têm esse costume, seja por falta de tempo, recursos ou por não terem sido elas mesmas introduzidas ao mundo das letras.
De forma geral, ler não faz parte do dia a dia das crianças no Brasil.
Muitas, especialmente em áreas rurais e comunidades de baixa renda, têm acesso limitado a livros.
E quando dispõem de internet, não é exatamente por textos literários que buscam.
Jogos eletrônicos e mídias sociais têm competido com o tempo dedicado à leitura.
As crianças preferem passar horas em frente às telas em vez de ler um livro.
Nas escolas, as bibliotecas, quando existem, carecem de títulos e materiais atraentes.
Muitas vezes, a leitura é tratada como atividade obrigatória e focada no desempenho acadêmico.
Infelizmente, fomentar o prazer de ler, a ginástica do cérebro, nem passa pela cabeça de alguns educadores.
Programas governamentais e iniciativas privadas, como feiras de livros e projetos de estantes comunitárias, têm tentado fomentar o hábito da leitura, com impacto ainda desigual.
LIVRO SEM TEXTO
Mas, e se, por um momento, as crianças pudessem ser colocadas no duplo papel de aprendiz de leitoras e de coautoras?
E se um livro “sem texto” permitisse que elas próprias escrevessem ou reescrevessem a história?
É o que propõe Trovas para Ler e Inspirar, segundo livro infantil da escritora Bernadéte Schatz Costa, o primeiro, dos cinco que ela já publicou, financiado e produzido com recursos públicos, por meio do Simdec – Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura.
Bernadéte posicionou suas trovas nas últimas páginas da obra, delicada e habilmente ilustrada pela irmã, Denise Costa.
Enquanto as crianças passam pela capa e a folheiam procurando uma história, mal se dão conta de que, nesse caminho, logo a seguir, pelo treinamento da absorção visual e pelo estímulo ao poder de observação, serão levadas a associar as trovas às imagens anteriormente apresentadas.
Quantos detalhes lhes terão escapado? O que pode ter passado batido?
Nada, portanto, de passividade na hora de parar para ler ou escutar uma narrativa.
Trovas para Ler e Inspirar coloca o canal auditivo trabalhando em conjunto com o que se percebe (ou não) com os olhos.
Liberta e concede protagonismo à criança para o entendimento e construção do enredo.
A AUTORA
A professora blumenauense Bernadéte Schatz Costa vive há vinte e quatro anos em Joinville.
Neste período, ajudou a criar a Associação das Letras, tomou assento na Academia Joinvilense de Letras, criou a Editora Manuscritos, além de ocupar posições importantes como vice-presidente do Conselho Administrativo da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.
Antes das Trovas, publicou outros quatro títulos; Sonhar, Escrever e Viver; A Dança que Encanta Criança; Vácuo Quântico e Girassóis nos Sapatos.
Bernadéte é a convidada do Podcast Caminho do Meio desta segunda, 26.
Vai falar sobre suas obras, o mercado editorial e ensinar com quantas mãos se produzem um livro, autor, revisor, editor, designer, bibliotecária e impressor.
Muitas mãos laboriosas à procura de leitores.
SERVIÇO
O quê? Podcast Caminho do Meio, com Geraldo Lion
Com quem? Bernadéte Schatz Costa, escritora
Quando? Segunda, 26 de agosto, 20 horas, ao vivo
Onde? Redes do Portal Aconteceu em Joinville: YouTube, Facebook e Instagram