quarta-feira,

17/09/2025

Joinville/SC

Julgamento de Bolsonaro começa nesta terça-feira e terá oito sessões

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia na próxima terça-feira (2) o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pelo envolvimento em uma trama para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O grupo integra o núcleo central da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Dois anos e meio após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, a Corte realizará um julgamento histórico, que pode levar à prisão um ex-presidente e generais do Exército, uma medida inédita desde a redemocratização do país.

Segurança reforçada

O STF preparou um esquema especial de segurança, incluindo restrição de circulação nos edifícios da Corte, varredura com cães farejadores em busca de explosivos e monitoramento por drones.

O julgamento terá ampla cobertura jornalística: foram 501 pedidos de credenciamento de profissionais da imprensa nacional e internacional.

Além disso, o Supremo abriu 3.357 inscrições de cidadãos e advogados interessados em acompanhar presencialmente a deliberação. Por limitação de espaço, apenas 1.200 pessoas poderão participar, acompanhando o julgamento por telão na sala da Segunda Turma. O espaço da Primeira Turma ficará reservado a advogados e imprensa.

Serão 150 lugares disponíveis em cada uma das oito sessões, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

  • 2, 9 e 12: sessões de manhã e à tarde

  • 3 e 10: sessões somente pela manhã

Horários das sessões:

  • 2/09 – 9h e 14h

  • 3/09 – 9h

  • 9/09 – 9h e 14h

  • 10/09 – 9h

  • 12/09 – 9h e 14h

Réus do núcleo central

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República

  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin e atualmente deputado federal

  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha

  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF

  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI

  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa

  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022

  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Crimes e peculiaridades

Todos respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Alexandre Ramagem responde a três dos cinco crimes, devido à suspensão parcial prevista na Constituição.

Rito do julgamento

O julgamento seguirá o Regimento Interno do STF e a Lei 8.038/1990. No primeiro dia, o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, abrirá a sessão e passará a palavra ao relator, ministro Alexandre de Moraes, que apresentará o relatório do processo.

Em seguida, a acusação, representada pelo procurador-geral Paulo Gonet, terá até duas horas para suas sustentações. Os advogados dos réus terão uma hora para a defesa.

Votação

A sequência dos votos será: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A condenação ou absolvição será definida pela maioria da turma (3 de 5 votos).

Pedidos de vista podem suspender temporariamente o julgamento, mas o processo deve ser devolvido em até 90 dias.

Prisão

Caso condenados, os réus não serão presos automaticamente; a execução da pena ocorrerá após julgamento de recursos. Oficiais militares poderão cumprir prisão em alas especiais, conforme o Código de Processo Penal.

Núcleos da denúncia

A PGR dividiu a trama golpista em quatro núcleos. O núcleo central, liderado por Bolsonaro, será o primeiro a ser julgado. As demais ações estão em fase final de alegações e devem ser julgadas ainda neste ano.

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