A reunião da Comissão Processante que avalia a denúncia contra o vereador Mauricinho Soares, que está preso por suspeita de envolvimento em fraude no Detran, nesta quarta-feira (24), foi marcada pela oitiva do denunciante, o presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, Diego Machado.
Houve um embate entre o denunciante e a defesa de Mauricinho, no que diz respeito ao objeto da denúncia e a um ofício, que foi enviado pelo presidente da casa ao judiciário.
A defesa questiona o vereador Diego Machado por não ter dado publicidade à resposta do ofício, em que o juiz afirma que a prisão de Mauricinho não foi por crime de responsabilidade.
Já Diego Machado foi muito claro em seu depoimento, ao dizer que o objeto da denúncia foi “o fato do vereador (Mauricinho Soares) ter sido preso duas vezes em uma semana, por motivos diferentes, o que nós entendemos como quebra de decoro parlamentar”.
Já com relação ao ofício, Diego Machado afirmou que a resposta do Judiciário foi protocolar e que ele não viu necessidade de compartilhar o teor do documento, já que o ofício não contribuiria com a Comissão Processante.
E foi taxativo: “o objeto da denúncia é a quebra de decoro, e quebra de decoro parlamentar não tem relação com crime de responsabilidade”.
A advogada de Mauricinho Soares, Milena Tomelin, provocou os vereadores com relação a uma possível quebra de decoro de Diego Machado no “episódio da simulação de revista policial”, que ocorreu no plenário, e também nessa questão da suposta omissão de informação no caso do ofício.
Denunciante e defesa trocaram farpas e o presidente da comissão, Cassiano Ucker, pediu que o processo seja pautado pelo respeito.
“O que a comissão está fazendo é ouvir ambas as partes, zelando sempre pelo respeito”, disse.
Ucker informou ainda que a comissão não recebeu ainda resposta da Polícia Civil para o ofício enviado, e foi deliberado o envio de um ofício para o deputado federal Carlos Chiodini, para o possível agendamento de sua oitiva como testemunha arrolada pela defesa.