Uma nova reintegração de posse está sendo preparada na área destinada à expansão do Aeroporto de Navegantes, no bairro São Paulo.
A ação acontece mais de sete anos após a grande operação que retirou mais de 500 famílias de uma ocupação que, segundo as autoridades na época, era influenciada por uma facção criminosa.
Mesmo após a desapropriação e cercamento do terreno, novas construções irregulares voltaram a surgir dentro da área restrita do aeroporto.
De acordo com a Prefeitura de Navegantes, essas moradias ilegais já foram identificadas e autuadas.
A região está incluída em um processo de regularização fundiária realizado por uma empresa contratada pelo município, responsável por analisar e titularizar imóveis do Núcleo NUI Norte do Aeroporto I.
O objetivo é legalizar núcleos urbanos informais e garantir o título de propriedade a moradores que atendam aos critérios.
No entanto, moradores instalados em áreas invadidas foram informados, há cerca de duas semanas, de que seus pedidos para participar do processo não serão aceitos.
O secretário de Planejamento Territorial, Mobilidade e Habitação (Seplan), Gilmar Jacobowski, afirma que as famílias que ocupam irregularmente a área já foram notificadas e tiveram prazo para se manifestar.
Segundo ele, a documentação está na etapa final de avaliação.
O número de residências notificadas não foi informado.
“As ocupações na área do aeroporto terão que ser desocupadas e demolidas. Os relatórios estão praticamente finalizados e, na próxima semana, serão analisados para definir os próximos passos”, destacou.
Moradores que vivem no entorno relatam transtornos causados pelas construções irregulares.
Um deles, que reside na Rua Sérgio Gaya, afirma que ligações clandestinas de água e energia feitas pelos ocupantes têm provocado instabilidade no fornecimento dos serviços para quem está regularizado, como quedas de energia, falta de fase e redução na pressão da água.
“Quem paga tudo certo acaba prejudicado. Tem gente puxando água e luz de maneira clandestina, e quem mora aqui ao lado sofre com isso”, relatou. Ele informou ter acionado a Celesc, mas diz que as irregularidades persistem.
A expectativa dos moradores é de que a reintegração seja efetivada e que novas ocupações sejam evitadas, especialmente enquanto avançam o projeto de ampliação do aeroporto e o processo de regularização fundiária.
