Onze recém-nascidos foram medicados de forma equivocada com soro antiofídico — usado contra veneno de cobra — no lugar da vacina contra a hepatite B, no Hospital Santa Cruz, em Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina.
O caso, considerado grave, já está sob investigação por meio de uma sindicância interna, com acompanhamento de órgãos como a Anvisa e a Vigilância Epidemiológica.
A diretora da unidade, Karin Adur, veio a público para esclarecer o episódio e tranquilizar as famílias.
Segundo ela, a quantidade aplicada foi de apenas 0,5 ml, uma dose muito inferior à terapêutica — que varia de 30 a 120 ml em casos reais de envenenamento.
“Mesmo sendo um erro grave, a chance de reações adversas é mínima. Se os bebês realmente tivessem sido picados por uma cobra, receberiam uma quantidade muito maior do soro”, afirmou.
Ela destacou ainda que os bebês estão sendo monitorados e passam bem.
“Graças a Deus, não correm nenhum tipo de risco. Todas as famílias foram contatadas, e seguimos com acompanhamento diário por, pelo menos, quatro semanas. A maternidade e o setor de emergência estão com as portas abertas para qualquer necessidade”, reforçou Karin.
O hospital também conta com o suporte técnico do Ciatox-SC (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) e do Instituto Butantan, que confirmaram que, mesmo em caso de reação, os sintomas tendem a ser leves.
A semelhança entre os frascos do soro e da vacina pode ter causado a falha, mas isso também será apurado durante a investigação.