Advogados são presos em Joinville por envolvimento com facções criminosas

Dois advogados foram presos em Joinville na manhã desta terça-feira (25) por envolvimento com facções criminosas.

Eles são suspeitos de cometer crimes previstos na Lei de Organizações Criminosas, ultrapassando os limites do relacionamento advogado/réu preso.

A operação cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, abrangendo a Penitenciária Industrial, o Presídio Regional e integrantes de facções em liberdade.

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), 17 pessoas estão sendo investigadas, incluindo um ex-agente penitenciário temporário.

Operação Sob Encomenda

A “Operação Sob Encomenda 4” foi realizada pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) e GEPAC (Grupo Especial para Enfrentamento às Facções Criminosas), ambos coordenados pelo MPSC.

As ações de hoje são um desdobramento da operação iniciada em agosto de 2021, que visa interromper a comunicação entre advogados e faccionados internos do sistema prisional em benefício de organizações criminosas.

Prisões

A maioria dos líderes das facções em Joinville está presa, mas continua comandando suas operações através de advogados.

As duas advogadas presas hoje são exemplos dessa prática, enviando ordens dos líderes presos para seus subordinados.

Em Joinville, como em outras cidades de porte similar, o crime organizado detém o monopólio do comércio de drogas. Em algumas áreas da cidade, facções dividem o território, conforme relatado por um sargento da PM.

Comércio de drogas

Até as décadas de 1980, as autoridades policiais conheciam os nomes e endereços dos traficantes.

Com o passar dos anos, perderam o controle do monopólio para as facções criminosas, como o PCC de São Paulo.

Hoje, essas organizações detêm o monopólio do comércio de drogas em Joinville, tanto no atacado quanto no varejo.

Mais de 90% dos homicídios na cidade, excluindo os crimes passionais, são resultado de execuções entre facções rivais que controlam o tráfico de drogas.

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